Ato
c�vico do mais alto significado �, sem d�vida, o voto, uma das
mais importantes institui��es da vida social. A
escolha criteriosa de bons pol�ticos com suas fun��es e decis�es
decis�rias a serem exercidas para o bem estar de todos � uma
manifesta��o vibrante da cidadania.
No
�mbito municipal ganha especial import�ncia a escolha de
dirigentes competentes por se tratar da manifesta��o de peculiar
amor � comunidade na qual se vive e cujos problemas s�o mais
conhecidos. Isto aumenta ainda mais a responsabilidade do eleitor
que, inclusive, convivendo mais assiduamente com os candidatos,
sobretudo nas cidades de m�dio e menor porte, t�m obriga��o de
conhecer melhor as qualidades administrativas dos que preiteiam
comandar os destinos daquela gente. O not�vel fil�sofo Adolphe
Franck adverte que �o exerc�cio dos direitos pol�ticos deve
sempre ter em mira n�o o interesse e o bem-estar particular de cada
cidad�o, n�o a vantagem e o proveito de qualquer classe ou de um
partido, mas a utilidade e o melhoramento de uma regi�o�.
�
dever prim�rio de quem vai exercer o direito p�blico e pol�tico
do voto deixar definitivamente de lado como referencial seus prop�sitos
pessoais, os projetos individuais. Atrav�s de uma an�lise
s�ria, criteriosa dos candidatos, de suas plataformas e de sua
aptid�o, � preciso escolher aqueles que v�o contribuir para o
progresso local, para a paz e a ordem social.
O
genu�no homem p�blico, merecedor do sufr�gio popular, � aquele
que, possuindo certas habilidades e conhecimentos, pretende agir com
justi�a e efici�ncia, sem se sujeitar �s alicia��es
corruptoras.
A
arte de governar n�o � f�cil. Todo aquele que for conduzido
ou reconduzido ao senhorio quer como Prefeito ou como Vereador
deve estar em condi��es de repetir com a Rainha Vit�ria, da
Inglaterra: "Visto que aprouve � Provid�ncia colocar-me neste
lugar, farei tudo o que estiver ao meu alcance para cumprir o meu
dever [ ... ] estou certa de que poucos ter�o uma vontade
mais aut�ntica e um desejo mais verdadeiro de proceder como �
devido e justo do que eu".
De
h� muito foi banida a teoria que ligava o termo governo com a
id�ia de poder e for�a. O verdadeiro governante deve reger os
destinos de uma popula��o unicamente em vista ao m�ximo benef�cio
da coletividade e do desenvolvimento geral e entrever no seu cargo
apenas servi�o e disponibilidade total. Este, sim, no final de um
mandato torna o patrim�nio p�blico mais rico e luminoso e a urbe
mais civilizada e progressista.
In�meras
as obras que cumpre sejam sempre realizadas sobretudo na periferia
das cidades, mas dentre os afazeres dos dirigentes municipais n�o
se pode esquecer o imperioso dever de cuidar da ordem p�blica. Um
direito elementar do cidad�o e que hoje em dia � t�o
descuidado � o direito do repouso, o qual � agredido pelo ru�do
de caixas de sons at� em ruas e pra�as, colocadas por bares e
boates, agredindo a lei sagrada do sil�ncio. Um dos compromissos de
qualquer candidato a Prefeito deve ser este: n�o aprovar�
jamais alvar� para tais aberra��es, dando total apoio � Pol�cia
local. Al�m disto, as regi�es onde h� o problema das
barragens necessitam de pessoas que tenham sensibilidade pol�tica
para respeitarem os leg�timos anseios dos moradores.
O
exerc�cio do voto � decisivo para que haja progresso e este s� �
poss�vel quando h� dirigentes competentes, dedicados e indenes a
qualquer tipo de corrup��o ou agress�o ao cidad�o. N�o basta
poder votar, � preciso saber votar e isto � imprescind�vel para a
democracia. O voto n�o � uma panac�ia, mas est� sujeito a muitos
equ�vocos provenientes sobretudo da demagogia e da maldita corrup��o.
Nada mais indesej�vel do que os eleitores ditos flutuantes que
votam de acordo com as circunst�ncias e conveni�ncias pessoais.
O
verdadeiro patriotismo n�o se manifesta em emo��es est�reis,
vazias e sim por atos dignificante, sendo o maior deles este do bom
exerc�cio do voto consciente! � que sem o direito do voto o povo
se tornaria uma plebe miser�vel e ainda mais oprimida.
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Professor do Instituto de Filosofia do Semin�rio de Mariana