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Manipula��o pol�tica
C�nego Jos� Geraldo Vidigal de Carvalho
gif.gif (49 bytes)Como ensinam os soci�logos a massa � diferente do grupo, o qual mostra uma certa estabilidade de estrutura e organiza��o. As massas s�o facilmente manipuladas e conduzidas. Assimilam com facilidade id�ias sem o aparato cr�tico.  Eis por que s�o com certa facilidade induzidas a explos�es irracionais e a ades�es esp�rias. Muitos s�o aqueles que sabem provocar a emocionalidade e hoje, mais do que nunca, com as t�cnicas de propagandas subliminares instigam, incitam, sugerem, persuadem. Na massa a atra��o entre os indiv�duos � m�nima, mas a press�o  exterior sobre eles � total. Da� vem o fasc�nio poderoso que o partido pol�tico exerce, mantendo unidos  aficionados que nem sempre se conhecem. O que interessa � a vit�ria daquela fac��o � qual se filiou por motivos que prov�m tamb�m da indu��o externa com suas m�ltiplas facetas. D�-se a cristaliza��o de v�rios fen�menos conjuntos que atuam sob o psiquismo levando at�  ao fanatismo. Se o partido possui um l�der carism�tico este consegue ent�o arrastar as multid�es. Tudo isto � o resultado do baixo n�vel de integra��o  da consci�ncia e a incapacidade de atinar com um verdadeiro projeto social de longo alcance.
gif.gif (49 bytes) Sobretudo em per�odo eleitorais as promessas se multiplicam exatamente para atrair a massa, ou seja, como as  necessidades s�o vari�veis, o conjunto das pessoas fica cativo de todo o projeto daquele candidato de "seu" partido, mesmo que n�o haja consist�ncia l�gica naquele planejamento. A� est� o motivo pelo qual tais prop�sitos nunca s�o cumpridos.  Ali�s  j� se decantou em prosa e verso que, sobretudo no Brasil, pouco se diferenciam as associa��es partid�rias quer na sua ideologia, quer nos seus m�todos.
gif.gif (49 bytes) Na Hist�ria do Brasil se multiplicam os fatos que mostram o povo como massa de manobra. Cl�ssico � o exemplo do significado pol�tico da abdica��o de Dom Pedro I. Esta foi a derrota fragorosa dos grupos absolutistas do Partido Portugu�s e o triunfo daqueles que intentavam consolidar o Estado brasileiro. Com rara arg�cia a elite colonial manipulou as classes populares dirigindo-as contra o Imperador. O povo saiu �s ruas clamando pela sa�da do Pr�ncipe. T�o logo este se mandou para Portugal a aristocracia agr�ria alijou o povo do poder. Honra e gl�ria ao liberal mineiro Te�filo Ottoni que denominou o dia 7 de abril como la journ�e des dupes - o dia dos ing�nuos, como se l� e, Vieira Fazenda, nas Antiqualhas e Mem�rias do Rio de Janeiro ( Vol III, p.328). Assim tamb�m a jornada liberal  que levou � proclama��o  da maioridade de Pedro II  por meio de uma revolu��o parlamentar. O dia 23 de julho de 1840, a exemplo do 7 de abril de 1831, foi tamb�m um dia dos logros.
Rui Barbosa  repetiu esta express�o francesa  talvez pela �ltima vez durante o regime mon�rquico brasileiro no artigo do Di�rio de Not�cias , de 21 de junho de 1889. no qual escreveu: "Ainda mal para esse partido, por�m, se continua a se escravelhar deste modo na liquida��o da monarquia. N�o se quer curar da ingenuidade de 1840. Duas gera��es depois dessa decep��o amar�ssima, ainda s�o os mesmo homens, que fizeram a revolu��o �ulica da maioridade, e cada uma  de suas ascens�es ao poder tem sido uma journ�e des dupes".
Na hist�ria republicana quantas vezes o povo tem sido massa de manobra! Agora, conforme publicou a grande imprensa dia 1� de novembro, o Supremo Mandat�rio do Pais, depois de  chamar os aposentados de "vagabundos" e os brasileiros de  "botocutos" quer "cheiro de povo" (sic). � que se aproximam as elei��es de 2002 e h� uma esperan�a, vaga esperan�a,  de uma nova reelei��o via parlamentarismo ou, na pior das hip�teses, de se fazer um sucessor, neste caso, � preciso estar pr�ximo do povo! Acontece que este povo, pelo que mostrou nas �ltimas elei��es municipais, resolveu dar um basta a tanta demagogia!