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Soberania Nacional
C�nego Jos� Geraldo Vidigal de Carvalho
gif.gif (49 bytes)O embargo do Canad� � carne brasileira foi um ensejo para as mais diversas manifesta��es. As mais variadas correntes j� se pronunciaram com todos os matizes de xenofobismo, mas tamb�m de sadio patriotismo. Analistas de prol que militam na gloriosa imprensa nacional foram mais ao fundo do problema e diagnosticaram aspectos pol�ticos na quest�o de fundo econ�mico, mostrando as implic�ncias do caso Bombardier/Embraer atinente � venda de avi�es, e tamb�m pin�aram as conseq��ncias das inconseq��ncias da atual pol�tica neo-liberal em fun��o da qual vive o pa�s.
gif.gif (49 bytes) Quando n�o h� uma l�gica absoluta no modo de ser e agir dentro e fora das fronteiras p�trias o imbr�glio � inevit�vel. Seja como for, �no fritar dos ovos�, prevaleceu uma postura que o Brasil sempre teve no sentido de salvaguardar sua soberania. Assim, por exemplo, um dos epis�dios gloriosos do Segundo Reinado que muito honrou o longo governo de Pedro II foi exatamente a firmeza do Imperador na c�lebre Quest�o Christie. Esta culminou com o rompimento de rela��es com a todo-poderosa Inglaterra. A arrog�ncia do embaixador ingl�s William Christie recebeu um duro golpe ao exigir uma elevad�ssima indeniza��o por uma carga desaparecida do navio que naufragara nas costas do Rio Grande do Sul e ao querer o castigo de policiais brasileiros que prenderam tr�s oficiais da Marinha da Inglaterra que estavam � paisana e embriagados pelas ruas do Rio de Janeiro. N�o menor, ent�o, a ousadia inglesa em mandar embarca��es de guerra ao litoral brasileiro, aprisionando tr�s navios da nossa Marinha Mercante. �rbitro da quest�o, Leopoldo I, soberano da B�lgica, foi favor�vel ao Brasil que, antes, com muita arg�cia, j� havia ressarcido os ingleses quanto � carga do navio. O rei belga determinou que a Inglaterra se desculpasse por ter ofendido a na��o brasileira. N�o tendo os ingleses acatado a decis�o, D. Pedro II rompeu rela��es diplom�ticas com aquele pa�s. Em 1865 o governo ingl�s apresentou desculpas oficiais ao Imp�rio Brasileiro e o affaire foi sanado.
gif.gif (49 bytes) Not�vel a afirma��o da soberania nacional brasileira, n�o tendo o Brasil se curvado perante o poderio daquela potencia mundial. Alienar a pr�pria soberania, seria admitir uma subservi�ncia inaceit�vel. A tese, internacionalmente reconhecida, da autodetermina��o dos povos, na pr�tica, sucumbe diante de colonialismo sub-rept�cio e ganha dimens�es graves por for�a da atual globaliza��o da economia. Esta, orientada pelas leis do mercado, as quais s�o aplicadas de acordo com os interesses dos donos do poder, trazem profundos resultados negativos. Entre eles a subservi�ncia que coloca em risco a independ�ncia nacional. Se se leva em conta a d�vida externa brasileira com as elevadas taxas de juros, fruto de pol�ticas financeiras especulativas, se percebe que o perigo �, de fato, real e n�o imagin�rio.O pagamento de juros constitui uma desgra�a para a economia das na��es pobres, como o Brasil, privando os governantes da disponibilidade das verbas necess�rias ao desenvolvimento social, � educa��o, � sa�de e � institui��o de um fundo gerador de empregos. Ao afetar o desenvolvimento interno, as chances de riscos para a soberania p�tria assustadoramente aumentam.
gif.gif (49 bytes)A verdade � que a situa��o econ�mica brasileira, apesar de toda a propaganda governamental dizer o contr�rio, � extremamente preocupante. Isto � porta aberta para uma s�rie de contratempos no que diz respeito � independ�ncia nacional sob muitos aspectos. As queixas sobre o que internamente tem ocorrido no Brasil de hoje s�o muitas. Cumpre firmar o primado da pessoa, a preval�ncia do humano e do social sobre o econ�mico e o financeiro, uma mais justa distribui��o das riquezas e bens produzidos, sal�rios mais condizentes com a dignidade do trabalhador. Reverter esta situa��o estando sob o jugo do capital estrangeiro � extremamente complicado, para n�o se dizer imposs�vel. Seja como for, defender a soberania nacional nesta ou naquela ocasi�o, por um ou outro prisma, � saud�vel, porque firma princ�pios e abre um leque de reflex�es que, sem d�vida, aclaram os caminhos do porvir.