H�
um liame muito grande entre corrup��o, patriotismo e fraternidade, porque este
cancro afeta diretamente o progresso de um pa�s e torna cada vez profundo o
abismo que separa os poderosos dos miser�veis. O saque, sobretudo, do er�rio
� um crime que clama aos c�us. A �rea social � sempre a mais prejudicada e o
resultado � que a erradica��o da pobreza se torna cada vez mais problem�tica.
As p�ginas da Hist�ria registram que a corrup��o � um mal end�mico que
sempre manchou os povos de todos os tempos e lugares e � um fen�meno que n�o
fica circunscrito �s na��es menos evolu�das. � l�gico que nos dias de
hoje, quando tudo gira ainda mais em torno do fator econ�mico por for�a da
globaliza��o a corrup��o tem alcan�ado propor��es catastr�ficas at� nos
pa�ses do primeiro mundo. O Estado acaba se tornando um infeliz ref�m dos
dilapidadores do patrim�nio nacional. A mola propulsora de tudo isto � a gan�ncia
e o anseio de enriquecimento a jato. A falta de fraternidade � outra
causa lament�vel deste modo de agir, pois o que pertence a todos fica retido
nas m�os de uns poucos.
Os efeitos da corrup��o s�o profundamente delet�rios. Da� a necessidade
de um policiamento cont�nuo, mormente, dos detentores do poder. Nada
mais louv�vel do que a atitude do cidad�o consciente que denuncia as fraudes
e n�o se deixa subornar por propinas. Honestidade, transpar�ncia nos neg�cios,
car�ter � o que se deve exigir, mormente, dos pol�ticos, pois estes,
lidando diretamente com a coisa p�blica � res publica �, est�o
mais exposto �s ins�dias depravadoras.
H�
esquemas diab�licos montados a favor da corrup��o que podem e devem ser
desmontados. Neste ponto, honra e louvor � destemida imprensa brasileira que
vem combatendo por todos os meios os corruptos e levando ao grande p�blico
meandros da complexa rede da devassid�o, da deprava��o, da pervers�o, do
suborno, da peita. Os esc�ndalos v�m ent�o � tona e servem sua divulga��o
para alertar contra os gatunos e tamb�m para os deixar mais comedidos e menos
audazes. Por outro lado, a investiga��o que tem sido exigida sup�e muita
corre��o da parte do poder judici�rio sob pena de se ter acrescida a trama
corruptora. De fato, h� o perigo da inger�ncia pol�tica em decis�es da
justi�a. Em nossos dias, os analistas est�o convencidos de que a corrup��o
tem alt�ssimos custos econ�micos, sociais e pol�ticos.
N�o
h� d�vida de que a corrup��o � a principal causa da deteriora��o
da qualidade dos servi�os p�blicos. H� formas vi�veis de combate a
este fen�meno universal. Cumpre o emprego de medidas punitivas severas,
a forma��o de uma mentalidade avessa a todo tipo de desvio dos recursos
sejam p�blicos, sejam das empresas ou qualquer outra organiza��o. Para
isto, sem se cair num moralismo est�ril, p�tria das intencionalidades
vazias, todo rigor � urgente, a come�ar da conduta de cada cidad�o, dado
que quem n�o � fiel no pouco, n�o o ser� no muito. Trata-se de se criar
uma atmosfera �tica que jamais propicie qualquer tipo de sinuosidade moral. A
muralha dos aut�nticos valores e a sensibilidade diante da gravidade da
imoralidade s�o grandes ant�dotos perante este horripilo mal.
O
que se esquece muitas vezes � que h� uma legitimidade informal com rela��o
a este fen�meno, bem retratado isto na toler�ncia para com os corruptores.
� a corrup��o passiva aceita por aqueles que vivem do clientelismo pol�tico,
dando seu aval a atitudes inteiramente conden�veis, desde que da� surja um
benef�cio pr�prio. Defender os interesses dos grupos que exercem mais press�o
do que os interesses gerais de uma comunidade � outra forma muito comum de
uma conduta desonesta. Toda vigil�ncia � pouca. � um ato de civismo
combater as fraudes, pois os bens sociais devem ser por todos
partilhados.