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Documentos:
* Tabela com os reis, governadores-gerais e vice-reis at� 1822
* Tratado de Methuen
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A atua��o do governador Gomes Freire de Andrada, Conde de Bobadela, no per�odo de 1733 a 1763

M�nica da Silva Ribeiro
1. Brasil e Portugal no s�culo XVIII
gif.gif (49 bytes)O s�culo XVIII no Brasil marca um per�odo de consolida��o colonial, j� que a descoberta do ouro no interior vai possibilitar uma maior interliga��o entre as col�nias isoladas, formando um continente, embora ainda pouco integrado. As transforma��es que ocorrem na metr�pole, assim como em toda Europa, tamb�m v�o afetar de alguma forma a col�nia, inclusive na demarca��o de fronteiras.
gif.gif (49 bytes) No contexto internacional, Portugal assina uma s�rie de tratados, culminando com o Tratado de Methuen em 1703 que, apesar de trazer pontos positivos para Portugal, como o apoio pol�tico ao pa�s e a prote��o aos seus vinhos, apresenta tamb�m v�rios aspectos negativos, ao atrelar a economia portuguesa � inglesa, dificultando o crescimento da manufatura de bens de consumo e provocando um d�ficit cont�nuo na balan�a comercial, que � pago com o ouro brasileiro. Portanto, � poss�vel notar que, nessa �poca, a economia portuguesa se torna mais dependente do Brasil.
gif.gif (49 bytes)A aproxima��o e a depend�ncia maior de Portugal � Inglaterra se deu tamb�m em conseq��ncia dos acontecimentos europeus do per�odo. A ascens�o da dinastia Bourbon ao trono espanhol fez com que os portugueses temessem uma uni�o franco-espanhola e fossem buscar apoio na Inglaterra; al�m disso, na Guerra dos Sete Anos, Portugal � praticamente obrigado a assumir uma posi��o ao lado da Inglaterra, devido ao apoio espanhol para a Fran�a e para a �ustria.
Escravos na minera��o
gif.gif (49 bytes)Houve duas conjunturas na economia portuguesa do s�culo XVIII determinadas pelo ouro. A primeira conjuntura vai at� 1760, apresentando boas condi��es de com�rcio que se refletem nas rendas p�blicas, n�o necessitando assim a interven��o estatal. A segunda ocorre ap�s 1760, com a crise econ�mica levando a ado��o de medidas mercantilistas, decretadas durante o governo de Pombal; ressurge a id�ia das companhias privilegiadas de com�rcio, al�m do crescente est�mulo de medidas protecionistas na metalurgia e na manufatura. Essas medidas n�o tiveram �xito completo, j� que, nesse per�odo n�o havia em Portugal uma aut�ntica burguesia nacional. Todos esses acontecimentos trazem como conseq��ncia a retomada do protecionismo, principalmente nos per�odos de crise na balan�a comercial (1712; 1766-1769).
gif.gif (49 bytes) Outra quest�o importante, que deve ser destacada com rela��o ao s�culo XVIII, � o Iluminismo, com suas id�ias novas, que apesar de Portugal, assim como a Espanha, se manter relativamente distanciado do pensamento europeu, tamb�m foi atingido por essas id�ias, que acabaram ent�o por influenciar o Brasil. As id�ias iluministas tiveram car�ter anti-religioso e anticlerical, que trouxeram como conseq��ncia a quebra do monop�lio jesu�tico em Portugal. Al�m disso, na metr�pole, homens de Estado como Alexandre de Gusm�o e D. Luis da Cunha, e intelectuais como Martinho de Mendon�a, eram chamados de estrangeirados, pois eram simp�ticos �s inova��es t�cnicas, � cultura norte-europ�ia e aos modelos est�ticos surgidos na literatura e na m�sica.
gif.gif (49 bytes) Acontecimento tamb�m marcante no s�culo XVIII foi a mudan�a que ocorreu do absolutismo antigo, no qual existia algum tipo de limita��o ao poder real, atrav�s das leis naturais e dos costumes, para o absolutismo pleno, chamado de despotismo esclarecido. Nesta forma de governo, as leis e costumes eram interpretados por juristas reais e, s� eram validadas ap�s a aprova��o real. As tentativas realizadas ocorrem no sentido de se tentar colocar as ordens num mesmo n�vel perante o rei, atacando os privil�gios da nobreza buscando enfraquec�-la e submetendo o clero.
gif.gif (49 bytes) Apesar de todas as transforma��es do s�culo XVIII, � poss�vel dizer que em alguns pa�ses, entre eles, Portugal, as medidas que visavam tornar o Estado mais moderno, esbarravam sempre na for�a dos elementos tradicionais da sociedade e na fraqueza das for�as novas, ligadas ao capitalismo comercial.
gif.gif (49 bytes) Com a descoberta de metais preciosos no Brasil, ocorreram transforma��es pol�tico-administrativas na col�nia, devido ao deslocamento para o interior. Como conseq��ncia disso, houve uma mudan�a do eixo econ�mico para o centro, e o Rio de Janeiro torna-se, assim, porto de escoamento de ouro e entrada de produtos para as Minas, sendo essa inclusive uma das causas da posterior transfer�ncia da sede do governo colonial para o Rio de Janeiro. Al�m disso, esse deslocamento provoca uma concentra��o populacional, com o desenvolvimento da agricultura e pecu�ria de subsist�ncia e a forma��o de vilas localizadas nas suas proximidades. Surgem tamb�m estradas e caminhos que ligam os centros existentes �s minas e ligam as minas entre si. � poss�vel perceber, ent�o, que a minera��o contribuiu para unificar, mesmo que de maneira ainda imperfeita, as diferentes unidades socioecon�micas existentes na col�nia.
gif.gif (49 bytes) Com a descoberta do ouro surgiram tamb�m as cotas da produ��o, incluindo-se o quinto, que foi cobrado de diversas maneiras ao longo do s�culo XVIII. Deve-se ressaltar que nenhuma dessas formas foi considerada satisfat�ria pelos contribuintes ou pelos arrecadadores. Embora existisse todo um controle por parte do governo metropolitano, o contrabando de ouro foi bastante intenso nesse s�culo.
gif.gif (49 bytes) Em decorr�ncia do surgimento da minera��o, a regi�o do ouro � atingida por uma s�bita alta dos pre�os, que se d� em conseq��ncia da escassez de qualquer esp�cie de produto. Esse problema se reflete tamb�m no litoral com a falta de produtos, que s�o deslocados para atender �s demandas da regi�o mineira. Por causa disso, o litoral come�a a enfrentar a alta de pre�os, mas de forma mais amena que a ocorrida na regi�o mineradora.
gif.gif (49 bytes) A regi�o mineira sempre foi tida como agressiva e turbulenta, inclusive depois da instala��o de um governo e de uma organiza��o da vida municipal. Em decorr�ncia da instabilidade existente no local, nem sempre a pol�tica governamental se fez sentir de maneira t�o en�rgica como em outras regi�es. Um outro ponto que preocupou o governo portugu�s foi a quest�o da amea�a de subleva��o por parte da massa escrava e a constitui��o de quilombos.
gif.gif (49 bytes) No s�culo XVIII, com rela��o � demarca��o de fronteiras, o Tratado de Madri, assinado a 13 de janeiro de 1750, reconheceu a expans�o portuguesa e estabeleceu que Sacramento seria entregue � Espanha mediante o reconhecimento da ocupa��o do Rio Grande e a entrega da regi�o dos Sete Povos das Miss�es aos portugueses.
gif.gif (49 bytes) O crit�rio b�sico para demarcar a fronteira seria definido a partir do curso dos rios. Foram nomeadas comiss�es portuguesas e espanholas para realizar essas demarca��es. Gomes Freire chefiou uma dessas comiss�es no sul, que chegou a realizar alguns trabalhos, apesar das s�rias dificuldades t�cnicas e dos problemas pol�ticos existentes.
Folha de rosto do Tratado de Madri, assinado entre D. Jo�o V, de Portugal e Fernando IV, da Espanha,
 em 13 de janeiro de 1750
gif.gif (49 bytes) Os jesu�tas e os ind�genas n�o aceitaram se retirar dos Sete Povos, o que for�ou os governos portugu�s e espanhol a se unirem numa a��o conjunta contra eles. As tropas lusitanas foram comandadas pelo governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrada.
No entanto, pouco tempo depois, houve uma mudan�a na pol�tica, o que fez com que a Espanha anulasse o tratado de 1750. A regi�o dos Sete Povos ficou sob dom�nio espanhol e o Rio Grande passou a ter uma esp�cie de fronteira m�vel at� o in�cio do s�culo XIX.
gif.gif (49 bytes) Nesse contexto do s�culo XVIII, pode-se afirmar que a implementa��o da pol�tica mercantilista de Pombal, tamb�m afetou o Brasil em v�rios aspectos, j� que ele pretendia aumentar a interven��o do Estado, centralizar e deslocar a administra��o, al�m de fomentar as atividades comerciais e agr�colas pelo estabelecimento de companhias privilegiadas.
Iconografia
Escravos na minera��o - informa��o n�o encontrada na �poca de publica��o deste texto
Tratado de Madri -  Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa