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O medo na Alta Idade M�dia

Rosemary Machado de Souza
1. Introdu��o
gif.gif (49 bytes)Medo. O que � ter medo? Medo e ang�stia s�o as mesmas coisas? Como � o medo coletivo? O medo realmente � uma caracter�stica inata ao homem ou implantado nas mentes humanas pelas for�as dominadoras? Perguntas intrigantes. Por�m, longe de querer fornecer respostas, mas nessa busca dos medos que afligiram os medievos se tentar� ao menos expor algumas particularidades, peculiaridades ou situa��es desse per�odo, com o intuito de nos remeter ao imagin�rio dessa sociedade para se poder compreender melhor a nossa pr�pria sociedade.
gif.gif (49 bytes)Al�m disso, falar sobre o medo na imin�ncia de mais um fim de mil�nio, quando praticamente toda a sociedade ocidental se auto-analisa, alguns de forma cr�tica, outros religiosa e outros ainda miticamente, refletindo sobre o futuro e questionando como ele ser� ou se teremos futuro, � bastante apropriado, afinal, tem-se em comum com os homens medievais o mesmo pensamento que o mundo ir� acabar, s� que agora no ano 2000, pois, como diz uma frase a qual parece provir da B�blia e muito difundida entre os crist�os: �At� 2000 ir�, mas al�m dele n�o passar�!."(1) Essa frase assusta, especialmente a grande massa popular que � a mais atingida pela influ�ncia dos medos origin�rios na Idade M�dia.
gif.gif (49 bytes)Outro ponto determinante na escolha desse tema, refere-se a escassez bibliogr�fica sobre ele, embora, como j� falado, o imagin�rio contempor�neo � povoado de medos. N�o h� quem n�o tenha medo, seja do que for, mesmo que se tente esconder. Ent�o, na ca�a ao entendimento do porqu� isso ocorre, j� que produzir Hist�ria �, no m�nimo, tentar compreender e explicar qual o pensamento de uma sociedade, que a faz cometer essa ou aquela a��o e o que se pode fazer para, na contemporaneidade, evitar os mesmos erros passados, procurando assim, elucidar e intervir coerentemente nos problemas presentes.
gif.gif (49 bytes)Assim, para a elabora��o desse trabalho, as consultas basearam-se nos livros de Hil�rio Franco J�nior � O Ano 1000: tempo de medo ou de esperan�a; Hist�ria da Vida Privada, volume I e na obra de Jean Delumeau, Hist�ria do Medo no Ocidente (1300-1800), j� que n�o foi poss�vel pesquisar fontes prim�rias. Esta �ltima obra citada, apesar de tratar especificamente do tema trabalhado, muitas vezes foi dif�cil precisar a data de origem de um medo determinado. Dessa forma, � bem poss�vel que na an�lise feita alguns erros tenham sido cometidos e, se foram, retifica��es e cr�ticas construtivas ser�o aceitas.
gif.gif (49 bytes) Especificamente, o tema delineia-se na Alta Idade M�dia, por�m alguns medos originam-se nos per�odos finais, acentuando-se, sobremaneira, no per�odo seguinte, os quais ficam mais caracterizados. Espacialmente, de forma geral, os medos estudados e explanados adiante faziam parte do imagin�rio crist�o da Europa Ocidental, os quais foram provocados devido ao contexto cultural, social, pol�tico e econ�mico desse per�odo.
gif.gif (49 bytes)Deve-se,
 ainda, considerar que todo o universo medieval estruturava seus
 valores em um mundo concebido a partir de uma estrutura dual. O que se
 quer dizer � que para a sociedade medieval s� havia dois caminhos a
 serem seguidos: o c�u e o inferno, o senhor e o servo, a morte e a
 vida, a salva��o e a perdi��o, ser crist�o ou n�o, estar na
 Igreja ou fora dela (se � que isso fosse poss�vel), a exist�ncia do
 lado bom e do lado mal, a gra�a
 e a desgra�a, a virtude e o pecado, Deus e o Diabo, etc., etc. N�o
 havia uma terceira possibilidade para a concep��o de mundo da �poca.
 A crise dos valores medievais vem apresentar � sociedade daquele per�odo
 outros caminhos, outras variantes, impensadas at� ent�o. S�o essas
 variantes que entrariam em choque com as concep��es da �poca e
 acabariam por estimular a sua rea��o.</font></td>
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<font size= A composi��o do presente trabalho, inicialmente explica o significado do medo, compreendendo-se como fator fundamental para o entendimento da infinidade dos medos produzidos em uma sociedade e do porqu� eles afetam psicologicamente os homens. Depois, a fim de se inteirar do contexto social em que esses homens viviam s�o colocadas algumas considera��es. E, finalmente, os tipos de medos que povoaram os pensamentos medievais, suas causas e conseq��ncias refletidas na evolu��o hist�rica, procurando, enfim, aprofundar os conhecimentos sobre o homem medieval.
Notas
(1) Ditado popular