Da cole��o "Os Que Fazem a Hist�ria", "Nair de Teff�: vidas cruzadas", de Antonio Edmilson Martins Rodrigues, � mais um lan�amento da Editora FGV que vem enriquecer a historiografia brasileira.
A id�ia do autor � resgatar a mem�ria de uma brasileira que foi muito mais atuante nas quest�es culturais do que na caricatura, uma de suas marcas registradas. Bonita e inteligente, Nair - ou Rian, como era conhecida -, passou a retratar seu universo social atrav�s das caricaturas. Uma atividade rara para uma mulher fina e requintada do Brasil republicano.
A primeira Nair brasileira, nasceu em ber�o de ouro, no dia 10 de agosto de 1886, filha do ilustre bar�o de Teff�, Antonio Luiz von Hovnholtz. A carioca de Marechal Hermes, mal teve tempo de conhecer a cidade natal. A fam�lia mudou-se para a Europa estabelecendo resid�ncia na Fran�a, B�lgica e It�lia.
Com apenas 23 anos, Rian j� era famosa por suas caricaturas. Ganhou pr�mios e exposi��o dos trabalhos na Casa Davi e na Chapelaria Watson, no Rio de Janeiro. A essa altura, j� era casada com o presidente Hermes da Fonseca, 31 anos mais velho. Irreverente, ela provocou um alvoro�o social ao abrir as portas do Pal�cio do Catete, resid�ncia oficial do governo, para a noite do Corta-jaca, can��o popular de Chiquinha Gonzaga, dedilhando um viol�o. O instrumento musical e a can��o foram considerados esp�rios, pela alta sociedade da �poca. Um esc�ndalo.
�Quero ver seu nome nas estrelas�, teria dito o bar�o de Teff� � filha. O desejo do pai coruja n�o tardou a realizar-se. Em 1939, Rian cedeu seu nome a um dos principais cinemas carioca, situado na Av. Atl�ntica. O terreno que homenageou a nobre fam�lia at� a d�cada de 1980, abriga hoje um grande hotel.