O historiador Anthony Pagden � considerado um pioneiro no estudo da migra��o humana. Em "Povos e Imp�rios", volume da cole��o "Hist�ria Essencial", ele conta a hist�ria dos grandiosos imp�rios europeus � o romano, o espanhol, o franc�s e o brit�nico � suas col�nias, e as lutas e contradi��es entre cultura e natureza, civiliza��o e barb�rie, centro e periferia. O livro mostra como colonizadores e colonizados modificaram-se uns aos outros, at� chegarmos � id�ia da atual divis�o pol�tica do mundo. Com um texto conciso, o autor aborda um vasto per�odo que se inicia na �poca de Alexandre, o Grande, no alvorecer da civiliza��o ocidental, e termina com a extin��o da Uni�o Sovi�tica.
Maced�nia, Roma, Biz�ncio, a Turquia Otomana, China, Peru e M�xico, a Uni�o Sovi�tica, os Estados Unidos e a Uni�o Europ�ia t�m sido descritos, mesmo por seus inimigos, como imp�rios. Mas o que poderia levar um Estado ou Na��o a receber esta denomina��o? Pagden cita a frase de um ministro de Rela��es Exteriores de Napole�o que definiu Imp�rio como "a arte de situar o homem em seu devido lugar". Evidentemente isso resultou em grandes e prolongadas migra��es, algumas volunt�rias como ocorreu na Am�rica do Norte e �sia, e mais tarde na �frica. Outras involunt�rias, como o tr�fico de escravos no Atl�ntico. Inevitavelmente essas migra��es destru�ram sociedades pr�speras e implicaram na forma��o de novos povos.
Seja qual for a defini��o da palavra, imp�rios t�m sido criados na �frica, �sia, nas Am�ricas e na Europa. Formam o que hoje denominamos Ocidente. Para o autor, a origem destes imp�rios est� na busca dos povos por novos recursos, na procura por climas mais amenos, e no desejo insaci�vel de possuir. Esses impulsos levaram os primeiros homens a deixar a �frica e outras partes do mundo, e continuam a guiar seus descendentes. Provavelmente todas as culturas de todas as ra�as do mundo t�m sua origem em per�odos prolongados de migra��o.
Pagden afirma que os imp�rios podem ser definidos como cria��es artificiais que foram constru�dos pelo uso da for�a e da ideologia. No caso do Imp�rio Romano, esta ideologia recebeu o nome de civiliza��o. Nos imp�rios espanhol, franc�s e brit�nico, deu-se o mesmo com o refor�o das diversas modalidades do cristianismo. No caso dos otomanos, foi o Isl�, e, quanto � Uni�o Sovi�tica, o marxismo. Pelo fato de buscarem, constantemente, a conquista de extensos territ�rios, estes imp�rios abarcaram povos que possu�am grande variedade de costumes, cren�as e idiomas. Segundo o autor, foi na simples diversidade e na dimens�o que se concentrou a identidade e gl�ria destes governos.
"Povos e Imp�rios" � um livro fundamental para a compreens�o do real significado hist�rico dos imp�rios, que durante s�culos constitu�ram a pr�pria hist�ria da ra�a humana.
Anthony Pagden estudou em Santiago do Chile, Londres, Barcelona e Oxford. Em Paris trabalhou como editor e em Roma, como tradutor. Nos �ltimos 18 anos, al�m de atuar como Professor Assistente de Hist�ria do Pensamento da Universidade de Cambridge, foi pesquisador do King�s College e professor visitante em Harvard. Atualmente � Professor Titular de Hist�ria na Universidade Johns Hopkins, onde ocupa c�tedra em homenagem a Harry C. Black. Anthony Pagden � colaborador ass�duo das seguintes publica��es: The Times Literary Supplement, The New Republic e The New York Times.