Os quilombos abolicionistas foram um modelo diferente de resist�ncia � escravid�o. Seus integrantes organizavam-se perto dos grandes centros, eram liderados por personalidades p�blicas com bom tr�nsito entre fugitivos e sociedade, e ainda interferiam no jogo pol�tico.
O quilombo do Leblon foi uma comunidade desse tipo. A id�ia de escrever "As cam�lias do Leblon e a aboli��o da escravatura: uma investiga��o de hist�ria cultural" ocorreu a Eduardo Silva quando o historiador caminhava pelo jardim da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, e notou a exist�ncia de tr�s p�s de cam�lia. O achado trazia novo sentido a um texto do pr�prio Rui Barbosa, lido pouco antes, em que a flor era apresentada como s�mbolo da resist�ncia � escravid�o.
O passo seguinte foi � pr�pria descoberta do quilombo do Leblon. Seu l�der, o fabricante de malas Jos� de Seixas Magalh�es, era um imigrante portugu�s que mantinha boas rela��es com figuras centrais do movimento abolicionista, entre elas Rui Barbosa, Jos� do Patroc�nio, Andr� Rebou�as e at� a princesa Isabel.
Escrito com a agilidade de uma reportagem, esse ensaio de hist�ria cultural desvenda os elos desconhecidos entre a campanha pol�tica e o movimento social negro. Al�m disso, revela um modelo diferente de resist�ncia ao sistema escravocrata: o "quilombo abolicionista", um tipo de comunidade que permite uma nova - e mais abrangente - compreens�o desse momento - chave da hist�ria do Brasil.
Eduardo Silva, Nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Doutorou-se em hist�ria no University College London, na Inglaterra. � pesquisador do Setor de Hist�ria da Funda��o Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Entre outras obras de sua autoria, consta: �Bar�es e escravid�o� (1984), �Id�ias pol�ticas de Quintino Bocai�va� (1986), �Mem�ria sobre a funda��o de uma fazenda na prov�ncia do Rio de Janeiro� (1986), �Rui Barbosa e a queima dos arquivos� (1988), �As queixas do povo� (1988) e �Prince of the people: the life and times of a brazilian free man of colour� (1993).
