Joseph Stiglitz apresenta "Os exuberantes anos 90: uma nova interpreta��o da d�cada mais pr�spera da hist�ria". Conhecido por suas cr�ticas � globaliza��o e ao FMI, o ganhador do Nobel de Economia de 2001 continua a identificar falhas e inefici�ncias do mercado e a apontar a inconsist�ncia da id�ia de uma economia que se auto-regula. O ideal, em sua opini�o, seria o equil�brio no plano mundial entre regulamenta��o governamental e mercado liberalizado.
A an�lise de Stiglitz parte do comportamento da economia americana e mundial ap�s a recupera��o ocorrida no in�cio do governo Clinton. O autor n�o poupa cr�ticas � pol�tica econ�mica das �ltimas administra��es dos Estados Unidos. Os principais problemas seriam o modo como a globaliza��o foi encaminhada a partir dos anos 80 e a rever�ncia com que todos passaram a tratar um determinado grupo de interesse, o das finan�as.
Numa autocr�tica, Stiglitz admite que as sementes da situa��o atual foram plantadas na era Clinton. Os democratas teriam abandonado seus princ�pios hist�ricos e perdido de vista o papel equilibrado do governo na economia. A Secretaria do Tesouro e o FMI ditaram regras que n�o foram praticadas em casa, tais como a diminui��o do d�ficit comercial, a exig�ncia de lei de patentes e a privatiza��o da seguridade social.
O economista discute a rela��o entre as crises financeiras da d�cada - no M�xico, no Leste Asi�tico e na Am�rica Latina - e as pol�ticas econ�micas baseadas no Consenso de Washington, que alguns pa�ses decidiram adotar por influ�ncia do FMI e do Tesouro dos Estados Unidos. As na��es que n�o seguiram esses preceitos conseguiram passar mais facilmente pelos dist�rbios.
Por fim, Stiglitz prop�e uma estrat�gia de longo prazo que se afaste tanto de um socialismo de governo intrusivo quanto da economia de mercado com interven��es governamentais m�nimas. Seria um programa fundamentado na justi�a social, nos direitos pol�ticos e nas rela��es entre indiv�duos e sociedade.