Propaganda e cinema a servi�o do golpe (1962-1964)
Autor(es):
Denise Assis
Editora:
Mauad
Ano:
2001
Nº de páginas:
100
A jornalista Denise Assis, que durante mais de 20 anos atuou em alguns dos principais ve�culos da imprensa brasileira, desenvolveu ao longo do ano 2000 � e exp�e neste livro � uma pesquisa que recuperou documentos at� ent�o in�ditos e 14 filmes de propaganda que prepararam a sociedade para 1964. Percorrendo uma trilha hoje despercebida do per�odo de 1962-1964, Denise encontrou a origem intelectual-ideol�gica do golpe no Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), que cal�ou com Propaganda e Cinema o caminho para 1964.
Em seu trabalho investigativo, Denise remexeu pastas esquecidas, buscou documentos e personagens, fez v�rias entrevistas e encontrou os curtas-metragens no Arquivo Nacional, aprovando junto � FAPERJ um projeto que, al�m da mem�ria, recuperou tecnicamente os filmes, j� deteriorados pela a��o do tempo. O resultado deixa evidente a for�a persuasiva de que foi capaz o IPES. Financiado por pessoas f�sicas e jur�dicas tamb�m relacionadas em documentos � destas �ltimas, cinco arcavam com mais de 70% das contribui��es �, o Instituto incutia no brasileiro, principalmente no de classe m�dia, a necessidade de desestabilizar o governo Jo�o Goulart. Objetivando neutralizar qualquer rea��o ao plano conspirat�rio de derrubada do poder e com um potente discurso anticomunista, o IPES contratou grandes ag�ncias de publicidade e produtoras de filmes, editou dezenas de livros, arregimentou intelectuais e profissionais de diferentes �reas, ministrou palestras em empresas e igrejas, fez conv�nios com universidades, criou cursos e preparou quadros executivos para o governo militar, entre outras a��es.
Tendo convidado dois profissionais para aprofundar temas espec�ficos � um deles, o escritor e roteirista Jos� Louzeiro, que detalhou a t�cnica utilizada nos 14 filmes, e a rep�rter Marion Monteiro, que tra�ou um perfil das cinco maiores empresas financiadoras do IPES �, Denise ainda disseca, para o leitor, o bra�o feminino do Instituto, a CAMDE, cuja a��o desembocou na triunfal Marcha da Fam�lia com Deus pela Liberdade. E, ainda, o l�gubre desfecho do Ip�s, quando fechou as portas por falta de quem continuasse investindo em suas propostas.
Com mais de 20 anos na chamada grande imprensa, n�o � a primeira vez que a jornalista Denise Assis desvenda epis�dios ligados a 1964. Com impacto t�o forte quanto o conte�do de "Propaganda e Cinema a Servi�o do Golpe (1962-1964)", a reportagem Araguaia 20 anos depois (durante a qual foram localizados ossos em Marab�, enviados ao ent�o ministro da Justi�a, Maur�cio Corr�a), publicada em 1993 na Revista Manchete, conseguiu tal repercuss�o que levou o governo a reabrir o processo das indeniza��es �s fam�lias dos desaparecidos pol�ticos, o que culminou na lei aprovada no governo Fernando Henrique Cardoso. J� em 1999, no Jornal do Brasil, Denise durante dois dias assinou O Ba� do Bruxo, com revela��es exclusivas sobre o general Golbery do Couto e Silva. De documentos in�ditos deixados pelo general, a jornalista fez muitas revela��es, como o plano dos militares para permanecerem mais 12 anos no poder antes de concederem elei��es diretas.
Denise Assis, que se formou pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e fez parte da equipe vencedora do Jornal do Brasil do Pr�mio Esso de Jornalismo de 1987 � pela cobertura do quebra-quebra de �nibus no Centro do Rio �, atuou ainda em diversas �reas, al�m da Pol�tica: Economia, Educa��o, Cidade, Comportamento, Esporte etc, tendo passado, entre outras, pelas reda��es dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia, e das revistas Veja, Isto �, Manchete e Victoria. Tamb�m colaborou com as revistas Exame, Carta Capital, Interview e Rumos. Exerceu diversas fun��es � de rep�rter a editora �, tendo realizado v�rias coberturas internacionais. Atuou como assessora de imprensa nas Secretarias de Educa��o, Ci�ncia e Tecnologia, na FAPERJ, no Pal�cio Guanabara e na Secretaria Executiva do Gabinete do governador. Atualmente, � assessora na UNESCO.