Livro: Eichmann em Jerusal�m
Autor(es): Hannah Arendt
Editora: Companhia das Letras
Ano: 1999
Nº de páginas: 336

Nascida em 1906, em Hannover, Alemanha, Hannah Arendt era de fam�lia judia rica e intelectualizada. Ingressou na Universidade de Berlim em 1924 e l� foi aluna de Heidegger e Jaspers, grandes influ�ncias em sua vida e obra. Conseguiu fugir � tempo da carnificina nazista que precedeu o per�odo da II Guerra Mundial e refugiou-se nos Estados Unidos em 1941, tornando-se professora da New School for Social Research, em Nova York. Morreu em 1975.


O grande m�rito desta incr�vel escritora se d� pelo fato de que, mesmo sendo judia, manteve-se imparcial a respeito da quest�o judaica, conseguindo, com isso, o �dio da elite semita.


Em seu grande sucesso, "Eichmann em Jerusal�m", Hannah Arendt coloca como a elite judaica trabalhou em conjunto com as autoridades nazistas, possibilitando a morte de milh�es em pretexto da salva��o de alguns. Mostrando o julgamento de Adolf Eichmann, considerado um grande colaborador da �solu��o final� de Hitler, visto que era respons�vel pela emigra��o e transfer�ncia dos judeus entre os guetos, e destes para os campos de concentra��o, Arendt mostra o logro da justi�a de Israel, a fim de criar um espet�culo para o mundo.


Seq�estrado num sub�rbio de Buenos Aires por um comando israelense, Eichmann foi levado para Jerusal�m, para o que deveria ser o maior julgamento de um carrasco nazista depois do Tribunal de Nuremberg. Mas o curso do processo produz um efeito discrepante - no lugar do monstro impenitente por que todos esperavam, v�-se um funcion�rio mediano, um arrivista med�ocre, incapaz de refletir sobre seus atos ou de fugir aos clich�s burocr�ticos. � justamente a� que o olhar l�cido de Hannah Arendt descobre o 'cora��o das trevas', a amea�a maior �s sociedades democr�ticas - a conflu�ncia de capacidade destrutiva e burocratiza��o da vida p�blica, expressa no famoso conceito de 'banalidade do mal'. Numa mescla de jornalismo pol�tico e reflex�o filos�fica, Arendt toca em todos os temas que v�m � baila sempre que um novo mortic�nio vem abalar os lugares-comuns da pol�tica e da diplomacia.



Leonardo Soares




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