Palmares: a luta pela liberdade
 

Gilson Gustavo de Paiva Oliveira
 


1. Quilombos, uma forma de resist�ncia

A escravid�o no Brasil existiu por mais de tr�s s�culos. O in�cio da coloniza��o foi marcado pela escraviza��o dos �ndios, mas no decorrer do s�culo XVII, a m�o-de-obra negra substituiu a ind�gena nas �reas agroexportadoras. Onde a escravid�o negra vigorou, a resist�ncia a ela existiu. David Davidson (apud FUNARI,1996, p.28) diz que �a resist�ncia do negro � escravid�o foi caracter�stica marcante da hist�ria dos africanos nas col�nias americanas, e os escravos responderam � explora��o com m� vontade, a sabotagem ao trabalho, a revolta ou a fuga para os quilombos.�


O Dicion�rio do Brasil Colonial (HERMANN, 2000, p.494), nos informa que, a palavra �quilombo� � origin�ria do banto �kilombo� e significa �acampamento� ou �fortaleza� e foi usada pelos portugueses para denominar as povoa��es constru�das por escravos fugitivos. Essa forma de resist�ncia foi muito comum no Brasil durante o per�odo da escravid�o, existindo quilombos no Amazonas, Maranh�o, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Mato Grosso, Minas Gerais, S�o Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Em outras �reas da Am�rica, os quilombos tamb�m existiram. Na Am�rica Espanhola foram chamados de palenques ou cumes; na Am�rica Inglesa, maroons e na Am�rica Francesa, grand marronage.


Os quilombos n�o tiveram tamanho e estrutura homog�neas. Formados a partir da fuga de alguns escravos, poderiam abrigar uma dezena de pessoas e funcionar como grupos armados ou alguns milhares de indiv�duos, possuindo uma estrutura complexa, como os quilombos de Palmares, Ambr�sio e Campo Grande.


Para Luiz Roberto Lopes (1988, p.49), os quilombos distinguiram de qualquer outra modalidade de resist�ncia � escravid�o por dois motivos: amplitude (tentativa de criar uma organiza��o social diferente) e car�ter coletivo (n�o foi apenas um gesto desesperado individual com as outras modalidades).






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