A hist�ria do Antigo Egito se estende por uns 2700 anos, de aproximadamente 3000 a.C. at� 332 a.C. Tr�s �imp�rios� eg�pcios sucederam-se, desde o in�cio do III mil�nio, com a III e IV dinastias - a das grandes pir�mides - at� o fim do s�culo XIII a.C., quando desapareceu a XIX dinastia, a de Rams�s II. Se existe uma civiliza��o que, apesar de sua dura��o, convide a uma exposi��o de conjunto, na qual bastar� assinalar os principais aspectos de sua evolu��o, esta � a civiliza��o eg�pcia.
Por volta do ano de 3100 a.C. o Egito, at� ent�o dividido em duas partes, Alto e Baixo Egito, foi submetido ao governo de um s� monarca, o primeiro de trinta dinastias de fara�s. O Egito veio a ser desse modo a primeira na��o unida do mundo, dando um passo decisivo para o estabelecimento de uma civiliza��o duradoura. Associa-se a unifica��o do Egito ao rei Men�s.
A hist�ria eg�pcia divide-se em tr�s eras principais, o Antigo Imp�rio, o M�dio Imp�rio e o Novo Imp�rio, separados por tr�s per�odos intermedi�rios.
No Antigo Imp�rio, que vai de cerca de 2575 a.C. at� 2134 a.C., compreende as dinastias IV a VIII, destaca-se a constru��o das pir�mides de Giza pelos fara�s Khufu (Qu�ops), Khafra (Qu�fren) e Menkaura (Miquerinos). O Primeiro Per�odo Intermedi�rio compreende as dinastias IX e X e a primeira parte da XI. No Reino Antigo, o fara� era o mais absoluto dos monarcas, adorado como um deus e visto como suprema autoridade religiosa, militar, civil e judici�ria.
No M�dio Imp�rio, aproximadamente de 2040 a 1640 a.C., o Egito constitu�a uma for�a pol�tica e econ�mica em expans�o. Compreende os �ltimos reis da XI dinastias e as dinastias XII � XIV. O Segundo Per�odo Intermedi�rio vai de 1640 a 1550 a.C.
O Novo Imp�rio come�a aproximadamente em 1550 e vai at� 1070 a.C., com as dinastias de XVIII � XX. Marcou o ponto culminante do pa�s como pot�ncia pol�tica e a aquisi��o pelo mesmo de um imp�rio, principalmente na �sia. O Terceiro Per�odo Intermedi�rio vai de 1070 a 712 a.C.
A agricultura formava o grande, inesgot�vel e miraculoso recurso do pa�s. Cada ano, em pleno ver�o, saudada por cenas de gratid�o e alegria, a cheia do Nilo trazia ao solo gretado pelo calor, a �gua vivificante e o limo regenerador. Nos meses em que as enchentes do Nilo tornavam os campos incultiv�veis, o campon�s podia ser convocado para trabalhar nas pedreiras ou em algumas obras do fara�. Por outro lado, nas �pocas de enchentes ocorriam festivais e todo o trabalho cessava durante tempo suficiente para que o trabalhador participasse de celebra��o de grandes festas religiosas. Para o campon�s, a vida resumia-se em canseira constante, pobreza, doen�a e extrema incerteza. Estava � merc� de for�as que n�o podia controlar e muito menos compreender: cheias excessivas ou demasiado escassas, invas�es, guerras intestinas, altera��es pol�ticas e depend�ncia do patr�o. Os principais produtos da terra do Egito eram o trigo, a espelta, a cevada e o linho. O sal�rio do campon�s era pago em esp�cie.
A condi��o de escravo parece caracterizar unicamente o estrangeiro reduzido � escravid�o: aos eg�pcios que, movidos por dificuldades econ�micas ou obrigados pela administra��o da justi�a, cedem ao Estado os direitos da sua pr�pria pessoa; faziam trabalhos dom�sticos e trabalhavam nas minas.
Os funcion�rios p�blicos ocupavam um papel muito importante na sociedade eg�pcia, cuidando de tarefas como a coleta de impostos, fiscaliza��o da produ��o agr�cola e econ�mica. Mas talvez o papel mais importante exercido por eles estava nas m�os dos escribas. Os eg�pcios usavam uma escrita muito complexa, os hier�glifos, e poucos sabiam ler e escrever, ficando essa fun��o nas m�os dos escribas que acabaram tendo uma influ�ncia imensa sobre o governo, pois eles mantinham registros de todas as atividades econ�micas e religiosas no Antigo Egito. A compet�ncia do escriba baseava-se na sua capacidade de criar n�o s� o texto da composi��o, mas tamb�m o equipamento gr�fico destinado a traduzi-lo.