Solavancos pol�ticos
 

Jos� Geraldo Vidigal de Carvalho
 
O oportunismo tomou conta do mundo pol�tico brasileiro neste per�odo que antecede as elei��es de outubro. A sucess�o presidencial se afunila para uma disputa entre um candidato que � contra e outro que � a favor dos rumos tomados pelo Pa�s nos �ltimos oito anos.


Diante da turbul�ncia econ�mica reinante criaram-se agora neologismos que entrar�o para o anedot�rio hist�rico, ou seja, para os relatos sucintos de fatos curiosos ocorridos nesta era republicana. Com efeito, o �ltimo termo surpreendente vem do favoritismo de um dos candidatos, o que est� levando os bancos a rever suas proje��es. Est� escrito num dos grandes jornais do pa�s:


O Goldman Sachs, em relat�rio divulgado esta semana, inaugurou o "Lul�metro", um inusitado modelo cambial. De acordo com o "Lul�metro", o d�lar subir� para algo entre R$ 2,95 e R$ 3,04 at� o resultado final das elei��es, de acordo com o desempenho do candidato tucano nas urnas. Cota��o bem mais fraca do que os R$ 2,52 previstos pelo BC.


"O mercado vem adaptando suas expectativas para o caso de uma vit�ria de Lula'', informa o relat�rio, que v� riscos na queda de fluxos de capitais e na concentra��o de vencimentos da d�vida p�blica at� agosto - R$ 49 bilh�es, metade denominada em d�lar�.

Sem se tomar partido por um ou por outro candidato, o que cumpre saber � quem est� por detr�s do modo de coagir, amea�ar ou influenciar os eleitores, ou de impor-lhes a vontade pelo uso sistem�tico do terror, terrorismo, por sinal , j� denunciado pela pr�pria CNBB. H� causas bem mais profundas da agita��o que tomou conta da economia nacional. Alguns economistas, ao analisarem a presente crise, afirmam que esta � resultado exatamente dos erros cometidos durante os �ltimos sete anos. Lu�s XV, rei da Fran�a, que previa, egoisticamente, a derrocada da monarquia seguinte proclamou: Apr�s moi le d�luge - depois de mim o dil�vio. No Brasil de hoje se d� o mesmo, pois o que se propaga � que, se n�o houver o continu�smo, este pa�s estar� fadado � desordem total. Apela-se, ent�o, numa total aus�ncia de patriotismo, para o infeliz estribilho: �Quanto pior, melhor�, pois o povo alarmado s� ter� uma op��o que � manter o status quo.


Pelo que se percebe h� influ�ncias de dentro e de fora da na��o que manipulam a opini�o p�blica e fatos s�o criados para que se veja apenas uma solu��o para este pa�s. Uma quest�o se imp�e: quem confiscou o dinheiro do povo, ao alterar os fundos de investimentos, e agravou a situa��o ao n�o fazer a reforma tribut�ria? Al�m disto um grande jornal denunciou:


A mudan�a nas regras dos fundos de renda fixa foi uma tacada lucrativa para um punhado de grandes bancos, que aproveitaram a chance para apostar na alta do d�lar e dos juros. Enquanto orientavam pequenos investidores a n�o sair de suas aplica��es, tentando minimizar a expectativa de perdas, estas mesmas institui��es resgatavam seus pr�prios recursos de fundos exclusivos, refor�ando suas tesourarias.


Ora, isto se deu no atual governo que luta com todas as for�as para que n�o haja mudan�as no Brasil. Uma senadora alertou: �Acho estranho que um mercado que sempre se diz frio, racional, possa ficar t�o nervoso e hist�rico de uma maneira t�o f�cil. N�o se justifica. A n�o ser que, de fato, existam pessoas ganhando com isso, atrav�s de informa��es privilegiadas. O Brasil precisa saber o que est� acontecendo''.


A verdade � que, mais do que nunca, cumpre que todos os patr�cios acompanhem o que est� ocorrendo no mundo pol�tico e econ�mico deste pa�s e analisar os m�todos que est�o sendo empregados. � preciso ir fundo nas verdadeiras causas de um caos que est� sendo anunciado com perversidade, mesmo porque todo ato impatri�tico deve ser repudiado em nome da aut�ntica democracia.






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