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Livro: |
Uma tempestade como sua mem�ria: a hist�ria de Lia |
Autor(es): |
Martha Vianna |
Editora: |
Record |
Ano: |
2003 |
Nº de páginas: |
140 |
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"Uma tempestade como sua mem�ria: a hist�ria de Lia", de Martha Vianna, conta a hist�ria de Maria do Carmo Brito, codinome Lia, �nica mulher a assumir um posto de comando no movimento guerrilheiro de resist�ncia ao regime militar no Brasil. Maria do Carmo era o bra�o direito de Carlos Lamarca na VPR (Vanguarda Popular Revolucion�ria), assumindo a dire��o da organiza��o ap�s sua morte. Uma revolucion�ria nascida e criada nos mais r�gidos moldes da conservadora sociedade dos bar�es mineiros do leite. Ao mesmo tempo, uma mulher capaz de manter um olhar humano sobre a vida, mesmo numa circunst�ncia claramente pol�tica. �Como � que numa guerra, al�m de estar fazendo a guerra, ainda � poss�vel ser mulher? Foi isso o que me atraiu, o que me levou a escrever sobre Maria do Carmo�, argumenta Martha.
Martha Vianna conheceu Maria do Carmo, aos 18 anos, no Col�gio Estadual de Belo Horizonte, quando ambas cursavam o Cl�ssico. Essa singular simbiose entre autora e personagem gerou uma narrativa na qual o leitor vai encontrar a brutalidade dos quart�is brasileiros, atrav�s de descri��es detalhadas das sess�es de tortura pelas quais Maria do Carmo passou, assim como uma rela��o das principais t�cnicas de interrogat�rio e objetos utilizados pelos militares para arrancar informa��es dos guerrilheiros. Mas h�, tamb�m, hist�rias leves e curiosas, como a distribui��o de calcinhas de renda, num pa�s mu�ulmano, para as guerrilheiras brasileiras trocadas por um embaixador seq�estrado.
Martha resolveu repartir o que conhecia de Maria do Carmo com o p�blico: �Maria do Carmo tem uma vis�o humana da resist�ncia pol�tica, a vis�o de uma mulher. Quis escrever um livro com olhar feminino, meio como se a gente pudesse encontrar a Joana D�Arc, conversar com ela e ver que ela lavava roupa ali, que era uma mulher com todas as coisas que isso significa�. Em dif�ceis sess�es de entrevistas - Maria do Carmo, muitas vezes, n�o queria relembrar o passado -, Martha foi refazendo os passos da amiga. Martha tamb�m consultou a Delegacia de Ordem Pol�tica e Social (DOPS) de S�o Paulo e in�meros documentos do DOPS carioca, quando os arquivos foram abertos.
Uma tempestade como sua mem�ria: a hist�ria de Lia acompanha a trajet�ria de Maria do Carmo desde a inf�ncia e adolesc�ncia at� o seu retorno ao pa�s ap�s o ex�lio. Sob o nome de Lia, Maria do Carmo come�ou a atuar em movimentos de resist�ncia ainda nos anos 60, numa clandestinidade que coexistia com a vida �normal�. A princ�pio, sua luta era �s claras, mas as circunst�ncias pol�ticas levaram Maria para a clandestinidade total. Um caminho que a separou de Martha Vianna. A escritora, apesar de ter militado durante os anos da ditadura, n�o seguiu o caminho da luta armada, embora n�o tenha perdido o contato com a amiga. �Antes de 64 eu militava na AP, a A��o Popular, no CPC de Minas, e tamb�m tinha essa coisa de milit�ncia estudantil, por�m mais social�, finaliza a autora.
Maria do Carmo Brito, codinome Lia, ainda � viva, tem uma filha e mora na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ap�s o ex�lio, retornou ao Brasil e ingressou no servi�o p�blico, onde coordena projetos nas �reas social e de educa��o.
Martha Vianna nasceu em Belo Horizonte, em 1941. Em sua juventude estudou Direito na UFMG e foi militante da A��o Popular, al�m de dedicar-se ao teatro e a cer�mica. Entre 1957 e 1958, e, mais tarde, entre 1965 e 1967, viveu em Paris. Depois, entre 1973 e 1983, morou em Buenos Aires, Madri e M�xico. Neste pa�s, trabalhou no Alto Comissariado das Na��es Unidas para Refugiados (ACNUR). Voltando ao Brasil, trabalhou no Governo do Estado do Rio e na prefeitura da cidade do Rio, e foi editora da Francisco Alves. Desde 1997 dirige o escrit�rio da Uni�o Latina no Brasil. Este � seu primeiro livro.
Release da editora
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