Atualizado em 07 de mar�o de 2004
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Livros

Livro: Dicion�rio do Brasil Imperial (1822-1889)
Autor(es): Ronaldo Vainfas (Organizador)
Editora: Objetiva
Ano: 2002
Nº de páginas: 752



Mesmo para os que n�o valsaram nos sal�es da Ilha Fiscal, em nove de novembro de 1889, aquele baile ficou na mem�ria. N�o apenas pelas propor��es monumentais da festa em homenagem � esquadra de guerra chilena, e cuja verba � comentou-se na �poca � fora desviada dos flagelados da seca no Cear�. � que foi nesta noite que D.Pedro II trope�ou e, ao se reerguer, comentou: "Como v�em, a Monarquia escorregou, mas n�o caiu". Seis dias depois, a Rep�blica � instaurada e o baile entra no imagin�rio coletivo como o evento que cerrou as portas do imp�rio no Brasil.


Esses e outros fatos e personagens pertencentes ao per�odo oitocentista est�o entre os 406 verbetes do "Dicion�rio do Brasil Imperial (1822-1889)", que d� seq��ncia ao aclamado "Dicion�rio do Brasil Colonial", editado pela Objetiva em setembro de 2000, hoje obra de refer�ncia. Neste novo volume, o historiador Ronaldo Vainfas e sua equipe nos apresentam um saboroso mosaico dos usos e costumes p�blicos e privados do nosso passado imperial.


Metade dos verbetes � dedicado aos personagens em cena no Brasil de ent�o. Da realeza aos escravos, de pol�ticos a cientistas, de artistas a jornalistas, de esposas a amantes, de padres a pais-de-santo, ajudam-nos a compor o retrato do que foi o Brasil entre a chegada da corte portuguesa, em 1808, � Proclama��o da Rep�blica, em 1889.


Passeando pelos verbetes, encontramos, entre outros, com dom Oba II, negro livre que andava como um lord pelas ruas do Rio, tinha livre acesso ao "beija-m�o" do Imperador, uns diziam que fora rei na �frica, outros que era louco. E com Liberata, que ganhou alforria entrando com uma "a��o de liberdade" contra o seu senhor.


Ao lado destes, encontramos: Machado de Assis, Frei Caneca, Anita Garibaldi, Joana Ang�lica, Chiquinha Gonzaga, Debret, Marquesa de Santos... Personagens cujas hist�rias pessoais esbarram na hist�ria de revolu��es populares, como a da Farroupilha, a Balaiada e de guerras, como a do Paraguai, a mais violenta de todas, em solo latino-americano.


Os verbetes do "Dicion�rio do Brasil Imperial" est�o dispostos em ordem alfab�tica, independente da mat�ria tratada. Os autores, no entanto, operaram com quatro categorias de vocabul�rio:


- Conceitos ou estruturas hist�ricas desde os mais gerais, como imp�rio, �queles mais espec�ficos, como candombl�, capoeiras, lundus e batuques, ou de express�es que funcionaram como "janelas" para flagrar costumes ou tipos sociais da �poca: imigrantes, folcloristas, caramurus.
- Institui��es ligadas ao governo, � religi�o, � educa��o, �s artes e � cultura oficial, optando-se sempre, para respeitar a inten��o anal�tica dos verbetes, pelas institui��es mais abrangentes.
- Eventos, a come�ar pela chegada da Fam�lia real, em 1808. Ainda: os fatos ligados � pol�tica e ao Imp�rio, como a invas�o da Guiana Francesa; as revoltas de v�rios tipos e que colocaram em xeque a ordem imperial, tanto as rurais, como a dos Mucker, no sul, quanto �s urbanas, como a do Quebra Quilos.
- Person�lia variad�ssima, transitando desde os imperadores e membros destacados da fam�lia imperial at� personagens que s� recentemente foram retirados do anonimato pela pesquisa historiogr�fica. Ainda: a pl�iade de intelectuais, cientistas e artistas do per�odo. Os populares tamb�m est�o presentes, lideres de rebeli�es e de quilombos, como Preto Cosme, do Maranh�o. De forma quase in�dita, revela personagens fisgados por historiadores preocupados com a hist�ria dos vencidos ou an�nimos, como o pai-de-santo carioca, Juca Rosa.

Ronaldo Vainfas � idealizador e coordenador do "Dicion�rio do Brasil Colonial" e do "Dicion�rio do Brasil Imperial". Professor titular de Hist�ria Moderna na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde ingressou em 1978. Obteve o Mestrado na mesma universidade e o Doutorado na Universidade de S�o Paulo em 1988. Especialista em hist�ria colonial ibero-americana, ministrou v�rios cursos e confer�ncias e participou de in�meros congressos no Brasil e no exterior. Entre seus livros, destacam-se "Ideologia e Escravid�o", "Tr�pico dos Pecados" e "A Heresia dos �ndios". � supervisor t�cnico dos livros de Eduardo Bueno da cole��o Terra Brasilis. Coordenou o "Dicion�rio do Brasil Colonial".


A equipe que trabalhou no dicion�rio � formada por:


- L�cia Bastos Pereira das Neves, doutora em Hist�ria Social pela USP e professora de Hist�ria Moderna e Contempor�nea na UERJ
- L�cia Paschoal Guimar�es, doutora em Hist�ria Social pela USP e professora titular de Historiografia da UERJ.
- Martha Abreu, doutora em Hist�ria pela Unicamp e professora de Hist�ria da Am�rica da UFF.
- Hebe Maria Mattos, doutor em Hist�ria pela UFF e professora de Hist�ria do Brasil na mesma universidade.
- Sheila Siqueira de Castro Faria, doutora em Hist�ria Social pela UFF e professora de Hist�ria do Brasil na mesma universidade.
- Magali Engel, doutora em Hist�ria pela Unicamp e professora de Hist�ria do Brasil na UFF.


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