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Livro: |
O Diabo no imagin�rio crist�o |
Autor(es): |
Carlos Roberto F. Nogueira |
Editora: |
Edusc |
Ano: |
2000 |
Nº de páginas: |
200 |
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Este livro da Edusc � Editora da Universidade do Sagrado Cora��o, procura apresentar o percurso hist�rico pelo qual se estruturou a figura do Dem�nio no Ocidente crist�o. Apoiado em leituras de textos b�blicos e de interpreta��es de te�logos, al�m de material iconogr�fico, em parte reproduzido nesta edi��o, Carlos Roberto Nogueira demonstra de que maneira a hist�ria do Diabo confunde-se com a hist�ria do pr�prio Cristianismo, deixando claro o papel que o Dem�nio e seus agentes desempenharam na afirma��o do Cristianismo como religi�o dominante no mundo ocidental.
Para o professor Carlos Roberto Nogueira, doutor em Hist�ria pela Universidade de S�o Paulo, o Cristianismo "como religi�o dominante na coletividade ocidental, reuniu, sistematizou e determinou a figura, as atitudes e a esfera de atua��o de nossa personagem: o Diabo". A encarna��o do Mal em uma figura �nica, que pode assumir numerosas e insidiosas formas, j� estaria presente na tradi��o religiosa hebraica, respons�vel segundo Nogueira, pela impress�o nas consci�ncias individuais do arqu�tipo do Grande Inimigo.
Ainda que no Antigo Testamento sejam feitas poucas refer�ncias aos esp�ritos do Mal, o que se deve, segundo o autor, "ao esfor�o intenso do juda�smo para manter o seu monote�smo em meio a um polite�smo envolvente", na cultura popular existiriam "tradi��es antiq��ssimas, pr�ticas m�gicas, terrores supersticiosos, sobreviv�ncias das tradi��es orais que foram enriquecidas por novos acr�scimos, oriundos do contato dos judeus com outros povos". Ser�, contudo, com a cristianiza��o da cultura europ�ia que ocorrer� uma profunda transforma��o na constru��o do imagin�rio coletivo, na elabora��o da complexa rede de sistemas de representa��es mentais que ir�o redefinir, tanto as rela��es do homem com seu corpo, quanto a caracteriza��o da pr�pria natureza do mundo sobrenatural.
A partir de ent�o iremos assistir "� constru��o de um sistema de conte�dos simb�licos que articulam de maneira eficaz a realidade e o imaginado, o mundo dos vivos e o al�m-tumba, intermediados por um universo invis�vel de seres sobrenaturais" empenhados "num combate sem tr�guas que s� terminar� com o Armagedon: a luta, datada desde a Cria��o, entre o Bem e o Mal".
Em outras palavras, o Diabo agora est� solto... Embora afirmando que a vinda de Jesus tenha acontecido para salvar os homens do Mal, a Igreja n�o poderia, segundo Nogueira, proclamar sua vit�ria definitiva sobre o Diabo: "se assim fosse, n�o haveria raz�o para a continuada exist�ncia da Igreja".
Com o Cristianismo, "o poder absoluto de Sat� sobre a humanidade havia sido quebrado, mas ele permanecia um formid�vel oponente". Cabe � Igreja, na tarefa de garantir sua hegemonia sobre todas as outras cren�as, identificar, divulgar e exorcizar o Mal. A constru��o ao longo do Cristianismo de uma completa mitologia sat�nica, implicou em um esfor�o gigantesco de reconhecimento do Inimigo e de seus agentes, principalmente aqueles que, mesmo participando do rebanho de fi�is, tramavam pela sua destrui��o.
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