O Per�odo Regencial |
Gilson Gustavo de Paiva Oliveira
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1. A Reg�ncia Trina Provis�ria
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Com a abdica��o do imperador em 7 de abril de 1831, criou-se uma situa��o provis�ria. Enquanto o herdeiro do trono, D. Pedro de Alc�ntara, n�o atingisse a maioridade, o pa�s seria governado por regentes. Portanto, de 1831 a 1840, o Brasil viveu o chamado Per�odo Regencial, ou as Reg�ncias, como alguns historiadores preferem.
Apesar de sua pequena dura��o cronol�gica, 9 anos, esse per�odo foi de intensa agita��o. Lutas pol�ticas e viol�ncia social foram as grandes marcas desse momento hist�rico. Luta pol�tica, pelas constantes disputas entre as diversas fac��es da elite sobre as quest�es da centraliza��o ou descentraliza��o do Estado brasileiro, ou ainda, pelo controle do n�cleo do poder. Viol�ncia social, pelo n�mero de revoltas acontecidas nesse per�odo, envolvendo essa pr�pria elite e o povo, desejoso de maior participa��o na vida pol�tica do pa�s.
No mesmo dia da abdica��o de D. Pedro, a C�mara se reuniu para escolher aqueles que governariam o pa�s. Como a maioria dos deputados estava em suas prov�ncias, a C�mara resolveu escolher uma Reg�ncia Provis�ria (Reg�ncia Trina Provis�ria), composta de tr�s membros: o senador Nicolau de Campos Vergueiro, o militar Francisco de Lima e Silva, e um representante da fam�lia real, o marqu�s de Caravelas, Jos� Joaquim Carneiro de Campos.
A partir do dia 7, o cen�rio pol�tico brasileiro sofreu uma reorganiza��o, com o aparecimento de tr�s "partidos" ou grupos pol�ticos:
a) Liberais Moderados: formado pela elite agr�ria, esse grupo desejava manter seu poder social e refor�ar o seu poder pol�tico impedindo o ressurgimento de um poder autorit�rio, como o de D. Pedro I. Agrupados na Sociedade Defensora da Liberdade e da Independ�ncia Nacional, e propagando suas id�ias atrav�s do jornal, Aurora Fluminense, eram chamados por seus opositores de "chimangos", uma ave de rapina comum no sul do pa�s, ou seja, uma ave que ca�a os mais fracos.
b) Restauradores: grupo formado pelos portugueses integrantes da burocracia, militares e comerciantes. N�o aceitando a ren�ncia do imperador, desejavam o retorno de D. Pedro I ao trono com a esperan�a de readquirirem seus privil�gios. Reunindo-se na Sociedade Conservadora, eram chamados de "caramurus", em refer�ncia ao apelido dado pelos tupinamb�s ao portugu�s Diogo �lvares, n�ufrago que teria atingido as costas baianas em 1510. Esse grupo divulgava suas id�ias atrav�s do jornal O Caramuru.
c) Liberais Exaltados: formados tamb�m pela elite, mas com alguns membros representantes das classes m�dias. Esse grupo defendia reformas pol�ticas mais profundas, tais como, a aboli��o definitiva do Poder Moderador, a extens�o do direito do voto, o fim do Conselho de Estado e da vitaliciedade do Senado e um maior poder para as prov�ncias. Pelo fato de utilizarem da popula��o mais pobre para conseguir apoio, foram denominados de "farroupilhas", ou seja, aqueles que andam maltrapilhos.
Esse grupo divulgava suas id�ias atrav�s dos jornais, A Rep�blica, A Malagueta e O Sentinela da Liberdade e se reunia na Sociedade Federalista. Foram esses tr�s grupos que durante os anos iniciais do Per�odo Regencial lutaram pelo poder pol�tico.
Com a escolha da Reg�ncia Trina Provis�ria foram tomadas algumas atitudes: suspens�o do Poder Moderador, j� que o mesmo s� podia ser exercido pelo imperador, e este tinha apenas 5 anos. Como conseq��ncia imediata dessa atitude, a C�mara ficou impossibilitada de ser dissolvida. A popula��o percebeu rapidamente que os regentes n�o tomariam nenhuma medida democr�tica e partiram por conta pr�pria � a��o: agita��es na rua, ataques aos portugueses identificados com D. Pedro, depreda��es e com�cios foram constantes.
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