O maior erro judici�rio de todos os tempos |
Jos� Geraldo Vidigal de Carvalho
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O maior erro judici�rio de todos os tempos ocorreu um dia em Jerusal�m: a injusta e completamente irregular condena��o de Jesus de Nazar�, o Filho de Deus que se fez homem para salvar a humanidade.
Em 1936 o mundo judeu parisiense tomou a iniciativa de uma revis�o da condena��o de Jesus e a declarou inconstitucional. O processo fora, de fato, tumultu�rio, n�o obedeceu aos dispositivos legais, n�o seguiu as formalidades dos c�nones hebraicos, nem t�o pouco as leis romanas. Isto quer dizer que o processo religioso e o criminal, isto �, perante as leis e as autoridades de Roma foi inteiramente irregular e pass�vel de revis�o.
Jesus, de fato, foi interrogado, primeiramente, � meia noite e, por An�s, um Sumo Pont�fice, sem fun��o oficial no Sin�drio, pois era genro de Caif�s que exercia o Sumo Pontificado.
N�o foi interrogado de modo objetivo sobre os fatos concretos de que o acusavam, mas sobre quest�es ideol�gicas.
Segundo o que disp�e o Pentateuco, nos processos de crimes o acusado tem direito de defesa contra a falsidade das acusa��es e contra o dolo dos testemunhadores. A prova do fato deve ser feita pelo depoimento harmonioso de duas testemunhas qualificadas, n�o bastando nem mesmo a confiss�o do r�u. Embora sua processual�stica diferenciasse muito da atual, no mundo antigo ampla era tamb�m a possibilidade de defesa dos direitos do inocente. Ao condenado, mesmo a caminho da morte, era permitido requerer ao Tribunal uma revis�o do processo, se circunst�ncias ou fatos novos surgissem a seu favor. Daniel em situa��o an�loga defendeu a castidade de Suzana. No direito romano, genitor do direito hodierno, tamb�m se assegurava ampla defesa dos acusados. Jesus s� teve a seu lado gratuitos acusadores. Sem provas concretas, nenhum tribunal de ent�o, nem religioso, nem civil, poderia t�-lo condenado � morte. Quais, realmente suas transgress�es civis, religiosas, pol�ticas? Ele mesmo j� havia rebatido tantas vezes as incrimina��es de seus advers�rios. Suas palavras diante de Caif�s e Pilatos foram firmes, claras, mostrando a lisura de sua vida.
Ele, foi, de fato, condenado por crime que n�o cometera e, na verdade, num processo inteiramente irregular.
Vinte s�culos j� absolveram a Jesus. H� quase dois mil anos ele empolga os cora��es nobres, inspirando os rasgos do mais louv�vel hero�smo na pr�tica das virtudes que engrandecem o homem. Sua doutrina embala o progresso, ember�a a civiliza��o. Ningu�m mais amado do que Ele.
Se consultarmos a hist�ria religiosa ou civil, os documentos sagrados ou profanos, o direito antigo ou contempor�neo a conclus�o ser� sempre un�nime: Jesus de Nazar� era inocente e foi injusti�ado. Ele foi acusado perante a autoridade civil romana pelos pr�prios juizes religiosos que o condenaram arbitrariamente por sacril�gio por se julgarem ofendidos no seu amor pr�prio.
Quando de sua esdr�xula condena��o, n�o se ergueu uma voz sequer para defend�-lo. Seus disc�pulos se acovardaram. O filho da vi�va de Naim que ele ressuscitara n�o se apresentou para dizer uma palavra a seu favor. As l�grimas ardentes de uma amizade profunda reanimaram o cad�ver de L�zaro, mas o amigo n�o estava ali para protestar contra tanta maldade. Milhares tinham presenciado seus milagres e deles se beneficiado, mas todos se esconderam. A ingratid�o, a insensibilidade ganharam os cora��es naqueles momentos em que Jesus Cristo era maltratado.
Hoje podemos reparar esta injusta condena��o de Jesus lutando pelo direito dos marginalizados, dos pobres, dos deserdados da fortuna, dos injusti�ados.
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