Responsabilidade do jornalista |
Jos� Geraldo Vidigal de Carvalho
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Um not�vel professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) se queixava, h� dias, do impacto negativo exercido por determinado setor da m�dia, muitas vezes, distorcendo fatos e formando equivocadamente a opini�o p�blica. De fato, o que ocorre � que o sensacionalismo, neste caso, passa a imperar e a necessidade de se criar manchetes chamativas marginaliza a �tica, atropelando a verdade dos acontecimentos. Nem sempre, se separam fato e opini�o e as reportagens s�o de tal forma induzidas que o pr�prio entrevistado acaba sendo manipulado.
N�o s� no Brasil, mas mundo todo, textos hist�ricos, nada hist�ricos, sem fundamento t�m fulminado a exist�ncia de pessoas inocentes ou marcado, definitivamente, o ocaso de trajet�rias promissoras. Um auto-exame por parte dos que lidam com a not�cia � o recurso b�sico para um n�vel mais aprimorado no que tange ao padr�o moral do que se divulga. Embora tenha se tornado uma senten�a ou prov�rbio muito batido pelo uso, n�o h� d�vida a veracidade deste dito: �imprensa livre e cidad�os livres s�o sin�nimos�.
Liberdade, por�m, requer uma grande dose de responsabilidade. Napole�o Bonaparte, por sinal expert neste conden�vel expediente, dizia: �Uma mentira muitas vezes repetida, se torna verdade�. De fato, as id�ias v�o se fixando e o grande p�blico acaba por assimilar o que vai sendo transmitido. Mudam-se as frases, mas a mensagem vai sendo fixada no subconsciente dos leitores. O que ocorre com a t�cnica da propaganda, hoje em dia, agindo at� subliminarmente, se repete com os profissionais da Imprensa. A� est� a raz�o pela qual reina no esp�rito do brasileiro uma incerteza profunda no que tange aos candidatos �s pr�ximas elei��es. De um lado, o governo j� de mangas arrega�adas para reverter uma impopularidade marcante, de outro a oposi��o que n�o se entende e no meio de tudo isto analistas nem sempre corretos nos seus artigos ou na elabora��o do notici�rio. Um poss�vel candidato � presid�ncia da Rep�blica � endeusado num dia e, logo a seguir, tomba do pedestal erguido pelo mesmo rep�rter ou cientista social menos avisado. Isto gera confus�o, al�m de certos pol�ticos estarem marcados com o sinete de uma persegui��o contumaz. � l�gico que este estado de coisas reflete irresponsabilidade e n�o coincide com a liberdade de imprensa, sendo um desservi�o � pr�pria democracia. Noticiar uma acusa��o sem fundamento � at� um crime, como tamb�m seria criminal ocultar desvios que caracterizam corrup��o.
A regra de ouro empregada pelos profissionais da m�dia, felizmente, os mais numerosos, � esta: �A Imprensa precisa selecionar�. Procurar conhecer e/ou verificar os fatos e as conseq��ncias do que � divulgado � uma obriga��o elementar de quem deseja ficar dentro dos lindes de uma conduta louv�vel. Lutar por um jornalismo s�rio � uma obriga��o de todos. Tem raz�o o articulista da Revista mensal da C�mara Americana de Com�rcio de S�o Paulo ao asseverar, no m�s de julho, que �o Brasil precisa de uma imprensa forte, livre e vigorosa, sem medo de expor o mal, mas tamb�m disposta a rejeitar a manchete f�cil em troca de reportagem s�lida e bem fundamentada�. �tica na comunica��o vem sendo, ali�s, o tema de numerosos simp�sios e vai se criando uma mentalidade sadia rumo a objetivos que contribuem para o progresso nacional. O referencial de todo e qualquer texto deveria, portanto, ser a verdade, evitando a fal�cia, abolindo persegui��es m�rbidas, ou um servilismo ign�bil a interesses de grupos. Deste modo, sim, se construir�, ininterruptamente, uma sociedade mais humana e justa.
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