Livro: As Damas do S�culo
XII - A lembran�a das ancestrais
Autor: Georges Duby
Editora: Companhia das
Letras
Ano: 1997
N�mero de p�ginas: 160
Duby e a idade das mulheres
Georges Duby mostra nesta obra que a Idade M�dia
tamb�m foi uma idade das mulheres, ou, pelo menos, de algumas delas, que se
sobressa�ram � massa an�nima.
Leonardo Soares
Os ritos funer�rios do s�c.
XII eram extremamente importantes para a sociedade da �poca, pois a perpetua��o
de poder era passada de gera��o a gera��o, atrav�s da genealogia da fam�lia.
Este trabalho era feito pelas mulheres, al�m da procria��o e da educa��o
dos filhos. Enquanto o filho mais velho herdava as riquezas da fam�lia, a filha
herdava o conhecimento e a cultura da m�e.
Muitas mulheres da corte
eram letradas e cultas, apesar de n�o ser permitido seu acesso nas faculdades.
Esta cultura adquirida facilitava na sua tarefa de "historiadoras" da
�poca, mas ainda assim, a perpetua��o de sua genealogia se dava atrav�s do
meio mais comum � a mem�ria falada.
Apesar da mulher ser
vista como fr�gil, as imagens de uma mulher guerreira e forte (lenda das
amazonas) atra�am aos homens, mas estes mesmos repudiavam tal imagem, pois a
mulher deveria trazer estabilidade ao homem, o que n�o ocorreria com um tipo de
mulher "transviada", como seriam consideradas.
A poligamia era tida como
"Anti-Crist�", mas o concubinato era comum, principalmente na fam�lia
onde a mulher n�o conseguia gerar filhos ou s� gerava filhas. Neste caso o
filho bastardo podia ser legitimado, recebendo assim os bens da fam�lia. Em
alguns casos, a concubina era aceita na pr�pria casa do senhor, mas geralmente
ela se mantinha no anonimato.
Em sua resid�ncia a mulher tinha mais liberdade de a��o, sendo a pr�pria
respons�vel pela economia dom�stica e a arquitetura do ambiente refletia sua
feminilidade. O casal simbolizava o poder, e seu leito, a for�a.
As mulheres da �poca
estavam inseridas em tr�s classes: virgens, casadas e vi�vas. Estas �ltimas
tinham a op��o de casar de novo, ir para um convento, ou ainda, se decidissem,
poderiam ficas solteiras se mantendo com os bens da fam�lia, mas esta situa��o
n�o era bem vista aos olhos de muitos.
No volume anterior (Helo�sa,
Isolda e outras damas do s�culo XII) Georges Duby estudou
personagens femininas famosas da �poca. No presente volume, demonstra como a pr�pria
identidade de determinadas fam�lias nobres foi constru�da em torno de
mulheres.