George Steiner tece em sua obra um futuro sombrio para a literatura, futuro
onde a arte da leitura ser� vista como uma rel�quia antiga exposta em museus.
Criticando a sociedade de consumo, Steiner insere em cada linha de seu texto uma s�rie de espinhos que cravam em cheio no cora��o de uma literatura banalizada e popular e � deforma��o da vida acad�mica.
Em seus ensaios, Steiner discorre sobre o desmoronamento da literatura, e acusa os dissabores da vida moderna pela destrui��o da arte da leitura. A eros�o da privacidade, a supress�o sistem�tica do sil�ncio nas culturas de consumo tecnol�gico e a atrofia da mem�ria, produzida pelo enfraquecimento do sistema educacional, s�o os alvos da ira de
Steiner.
Cada ensaio � uma pequena obra de arte, sedutora
at� quando aborda um assunto que n�o interessa ao leitor: Steiner se sente igualmente � vontade discutindo conceitos da literatura comparada e de trag�dia, ou navegando em �guas t�o diferentemente turvas quanto os meandros da filosofia de Kierkegaard e duas �ltimas refei��es famosas (de S�crates e Jesus Cristo), tema dos textos que encerram o volume.
A obra de Steiner � densa e erudita, o que � de se esperar de um homem cujas obras j� foram marcos culturais e hoje j� n�o se encontram mais ao alcance de pessoas razoavelmente cultas,
onde simples alus�es a mitos ou � hist�ria antiga torna a leitura desgastante e confusa.