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Livro: Baudolino
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Ano: 2001
N�mero de p�ginas: 462
Baudolino: o contador e fazedor de hist�rias

Reinaldo Cordova

O Santo Graal, o reino de Preste Jo�o e o imp�rio de Frederico Barba-ruiva s�o alguns dos temas trabalhados na fant�stica obra, Baudolino, do semi�logo e romancista italiano Umberto Eco.
Trata-se de um romance, por�m cont�m muitas situa��es, personagens e locais �verdadeiros�. � um trabalho com grande verossimilhan�a e para se ter uma id�ia de tais fatos, nos � apresentado uma teoria para a cria��o de rel�quias crist�s, que � descrita por medievalistas em algumas obras.
Baudolino realmente existiu, e posteriormente tornou-se um santo da igreja cat�lica, mas o personagem de Umberto Eco s� tem o nome do santo, pois suas atitudes, em grande parte da narrativa n�o s�o, por assim dizer, louv�veis. O nome Baudolino � uma deriva��o da palavra �baud�, que significa �unidade de medida do fluxo de informa��o de dados�, isto � uma comprova��o de que em Eco nada � ocasional, tudo tem um sentido,  id�ia tamb�m  compartilhada por Luiz Antonio Giron, da Folha de S�o Paulo.
 A hist�ria tem in�cio com uma autobiografia, ela � feita pelo personagem principal, que faz uma grande mistura de idiomas para escrever suas aventuras vividas at� aquele momento. Ele come�a a transcrever sua vida na juventude, a facilidade de aprender outras l�nguas � o que primeiro chama a aten��o, ele tem orgulho de aprender qualquer idioma, bastando para isso um pequeno contato com o referido.
Durante esta narrativa, Baudolino conta como era sua vida nos campos de Fresketa, e como foi seu encontro com �aquelle senhor alleman�. Este senhor era justamente Frederico Barba-ruiva, que se encantou com a desenvoltura do pequenino rapaz, al�m de falar o g�tico, o idioma do imperador, parecia enxergar por entre as brumas daqueles campos, - fato � muito importante para a narrativa -, pois o sacro imperador � conduzido para fora do nevoeiro por Baudolino, que � adotado por ele.
Os pergaminhos nos quais Baudolino escrevia suas mem�rias, estavam com ele o tempo todo, mas por uma infelicidade ele os perde e diante desta fatalidade, acha-se incapaz se reescrever toda sua hist�ria.
Quando tinha 60 anos, Baudolino encontra Nicetas Coniates, em Constantinopla, quando ela estava sendo saqueada pelos cruzados. O ano � 1204 e a cidade arde em chamas, o ar tem um perfume causado pala queima de incensos e iguarias de todos os cantos do mundo, Nicetas � salvo pelo her�i, quando ele ia ser assassinado dentro da Bas�lica de Santa Sofia e os dois procuram abrigo junto aos comerciantes genoveses, amigos de Baudolino.
No abrigo, o her�i come�a a contar a Nicetas suas perip�cias, aventuras, ang�stias e � claro suas mentiras, que n�o s�o poucas. Ali�s s�o uma constante na vida dele. Baudolino acredita que ele � a pessoa certa para reescrever a sua biografia, pois Nicetas Coniates, al�m de s�bio, � chanceler do basileu de Biz�ncio, e neste ponto que a hist�ria tem in�cio desde sua ado��o at� sua chegada �quela capital.
� uma obra fant�stica. Quem leu O nome da rosa e se encantou com a intrigante hist�ria criada pelo professor e doutor Umberto Eco, n�o pode deixar de se deliciar com esta nova aventura pela Idade M�dia, desta vez seguindo os passos de Baudolino pela Europa, pelo �sia e por onde quer que a criatividade de Baudolino o conduza.
NetHist�ria 09/05/2002