Jornalistas pesquisam os 14 dias entre a ren�ncia
de J�nio e a posse de Jango
Gilson Oliveira
De
autoria dos jornalistas Paulo Markun e Duda Hamilton, o livro 1961: que as
armas n�o falem, narra os acontecimentos dos 14 dias entre a ren�ncia de
J�nio Quadros (25 de agosto) e a posse de Jo�o Goulart (7 de setembro). A
crise come�ou quando J�nio Quadros renunciou � presid�ncia. Na realidade, o
ato de J�nio era uma estrat�gia pol�tica. Ele esperava, que sua ren�ncia
provocasse uma manifesta��o popular que o colocaria de volta na presid�ncia
com mais poder para governar. Na �poca da ren�ncia, Jango, o vice-presidente e
sucessor constitucional de Quadros, estava em uma miss�o oficial na China, mas
era visto com desconfian�a por militares e outros setores da sociedade
brasileira que desejam impedir sua posse.
Foi no Rio grande do Sul, que o governador e cunhado de Jango, Leonel Brizola
organizou, para tentar impedir um golpe contra Jango, a Rede da Legalidade, uma
rede de mais de 150 emissoras de r�dio que mobilizou a popula��o ga�cha para
garantir a posse de Jo�o Goulart como presidente. A atua��o de rede acabou
provocando um racha nas For�as Armadas e um acordo: a cria��o de regime
parlamentarista que tirava poderes de Jango, mas permitia sua posse na presid�ncia.
Segundo os autores, as manifesta��es a favor de Jango n�o ocorreram somente
no Rio Grande do Sul, mas tamb�m no Rio de Janeiro, S�o Paulo e Goi�s. No
entanto somente no Rio Grande do Sul o epis�dio continua a ser lembrado, com
uma esp�cie de patrim�nio hist�rico dos ga�chos e do brizolismo.
Para
realizar o trabalho, os autores contaram com o patroc�nio do SENAC-SP, Banrisul
e o Minist�rio da Cultura, o que permitiu a contrata��o de um equipe de
auxiliares que os ajudou durante 7 meses na coleta de material, como
publica��es, fotos, documentos praticamente desconhecidos e na realiza��o de
entrevistas por todo o pa�s.
Os autores acreditam que o assunto est� meio esquecido porque poucos livros
foram publicados e os que foram feitos ficaram limitados ao
Rio Grande do Sul e normalmente se resumiam a relatos de participantes. No
entanto, 1961: que as armas n�o falem supera essas limita��es
anteriores, pois � o primeiro livro sobre aqueles 14 dias escrito sobre um
prisma nacional.