�O
homem � o lobo do homem� Ser� que Hobbes tinha raz�o? Na atual urg�ncia
b�lica que assola o mundo, a palavra �terrorismo� entorna quest�es
sem�nticas e de controle que assombrar�o o mundo por um bom tempo.
A
nova guerra (a do antiterrorismo, que fez caducarem tantas no��es arraigadas)
seria ent�o filha da globaliza��o � ou seria ela um cavalo de Tr�ia para
uma globaliza��o for�ada, unilateral, belicosa?
A
morte do economista italiano Marco Biagi, no �ltimo dia 19 de mar�o, a��o
reivindicada pelas Brigadas Vermelhas, mudou o foco da discuss�o em torno do
terrorismo. A destrui��o das torres do World Trade Center em Nova York e os
homens-bomba palestinos haviam refor�ado a associa��o entre a pr�tica de
atentados pol�ticos e o islamismo, religioso ou nacionalista, de modo a
torn�-la quase autom�tica.
Nesta
sua obra, Bonanate tem como objetivo discutir estas quest�es essenciais em
torno da guerra: o que �, como e quando � feita, como � justificada, o que
significa. Para Bonanate, at� hoje, as "ordens internacionais" s�o
resultado do �xito das grandes guerras. O grande desafio atual, uma �poca j�
distante do conflito da 2� Guerra Mundial, � construir uma nova ordem
pacificamente. A recente mudan�a na pol�tica norte-americana quanto �
possibilidade de uso de armas nucleares tamb�m foi comentada por Bonanate, que
considera ter sido esta um grande equ�voco da administra��o Bush.
A
possibilidade da participa��o pol�tica seria o grande ant�doto contra novos
atentados. "A preven��o do terrorismo � um problema de cultura
pol�tica, e n�o de repress�o social ou policialesca: n�o conhecemos
terrorismo em sociedades nas quais o di�logo pol�tico e o debate, ainda que
t�mido, est�o sempre no centro da vida pol�tica, e nos quais os grandes
problemas sociais s�o efetivamente enfrentados, e n�o simplesmente
transformados em objeto de propaganda descarada."
A
guerra entre israelense e palestinos �, para Bonanate, "o exemplo mais
evidente" da rela��o entre falta de di�logo democr�tico e a presen�a
do terrorismo. "Observando o �ltimo dec�nio, � fac�limo perceber que o
progresso das conversa��es era acompanhado de progresso da paz; quando, ao
inverso, o di�logo � interrompido, a viol�ncia � retomada."