Livro:Quixote na trevas: o embaixador Souza Dantas e os refugiados
do nazismo
Autor: F�bio Koifman
Editora: Record
Ano: 2002
N�mero de p�ginas: 504
Quixote
na trevas: o embaixador Souza Dantas e os refugiados do nazismo, do
historiador carioca F�bio Koifman, conta a vida do embaixador brasileiro Luiz
Martins de Souza Dantas, que chefiou a delega��o brasileira na Fran�a durante
20 anos - alguns dos quais passados durante a Segunda Guerra e o Holocausto.
Movido pelo que mais tarde chamou de sentimento de piedade crist�, Souza Dantas
desafiou de uma s� vez o Terceiro Reich e as orienta��es de pol�tica externa
de Get�lio Vargas para ajudar judeus, comunistas e homossexuais v�timas do
nazismo que se espalhava pela Europa.
O
livro traz uma lista in�dita com o nome de todas as pessoas salvas por Souza
Dantas enquanto trabalhava na embaixada brasileira em Paris. S�o cerca de
oitocentos nomes, dentre os quais 425 judeus, que Dantas ajudou a escapar do
exterm�nio. Entre as pessoas salvas pelo diplomata est�o o diretor teatral
Zbignew Ziembinski e um dos organizadores do primeiro Rock in Rio, Oscar
Oreinstein. Os nomes foram detalhadamente pesquisados nas listas de passageiros
dos navios que chegavam ao Brasil. F�bio, ent�o, organizou uma lista com
milhares de portadores potenciais de vistos do embaixador e depois cruzou os
documentos com outros encontrados nos arquivos do Itamaraty.
Souza
Dantas arriscou sua posi��o - e a pr�pria vida - ao garantir vistos de
entrada brasileiros a judeus perseguidos pelas tropas de Hitler na Europa. Esse
fato, desconhecido at� mesmo pela maioria dos conterr�neos de Dantas, foi o
tema da tese de mestrado de Koifman e base para o processo de premia��o do
embaixador pelo Museu do Holocausto, em Israel. Souza Dantas preenchia as tr�s
condi��es para se tornar um Justo entre as na��es, honraria que reconhece
n�o-judeus que salvaram judeus durante a guerra: arriscar cargo e posi��o
social, arriscar a pr�pria vida e, de fato, salvar pessoas.
Quixote
na trevas: o embaixador Souza Dantas e os refugiados do nazismo corrige um
erro historiogr�fico - ap�s salvar mais de 400 pessoas, seus feitos n�o s�o
encontrados em livros escolares - e acompanha a trajet�ria de Souza Dantas
atrav�s dos subterr�neos da pol�tica internacional em busca de solu��es
para o destino de tantas pessoas. Em tr�s anos de pesquisa, Koifman descobriu
que Dantas n�o se limitava a dar vistos. Muitas vezes, o embaixador conseguia
documentos de viagem por meio de amigos em outras representa��es
diplom�ticas, como os c�nsules de C�diz, na Espanha, e Casablanca, no
Marrocos.
Em
Quixote na trevas: o embaixador Souza Dantas e os refugiados do nazismo,
Koifman mostra que para ser salvo, o refugiado precisava apenas conseguir
contactar Dantas. Os que conseguiam falar com o brasileiro eram salvos. Entre
eles, havia pessoas de todos os tipos: algumas com parentes no Brasil, outras
sem absolutamente nada. Algumas colaboraram com Koifman, dando depoimentos para
a tese que deu origem ao livro. Ao todo foram 55 entrevistas em mais de 30 horas
de grava��o. O autor consultou, ainda, quase 8 mil documentos que confrontou
com outras fontes, consultadas nos diversos arquivos p�blicos brasileiros, como
os arquivos do Minist�rio da Justi�a e Neg�cios Interiores. O resultado �
uma das mais importantes obras escritas sobre o Holocausto e o Estado Novo.