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J�nio Quadros

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Sinopse:
N�o se pode escrever sobre a pol�tica do Brasil sem relatar os fatos ocorridos no princ�pio dos anos sessenta. Per�odo que nos conduziu � apocal�ptica ditadura militar. Assim como n�o se pode retratar a Rep�blica e seus presidentes, sem mencionar a figura carism�tica do meteoro pol�tico J�nio da Silva Quadros. Nelson Valente, este em�rito jani�logo, defini��o perfeita do jornalista Jos� Paulo de Andrade, apresenta ao seu p�blico leitor mais uma j�ia liter�ria sobre a vida pol�tica brasileira, e sobre sua maior especialidade: a vida de J�nio. Walter Westphal, jornalista da R�dio CBN de Blumanau - SC.

-Walter Westphal

Wed Aug 28 23:23:08 2002

Bilhetes revelam as v�rias
facetas de J�nio
O ex-presidente, morto em 1992, expunha as contradi��es de seu pensamento em notas que enviava a admiradores e subordinados. FHC, rival na disputa � Prefeitura em 1985, foi tachado de �comunista�, diz pesquisador que j� escreveu oito livros sobre o controvertido pol�tico




No pr�ximo dia 25, um dos epis�dios pol�ticos mais importantes da hist�ria brasileira ser� ignorado. H� exatos 41 anos, o presidente da Rep�blica J�nio da Silva Quadros renunciava ao cargo conseguido seis meses antes nas urnas, com quase 6 milh�es de votos, a maior vota��o da �poca. Esse esquecimento come�ou depois de 1990, exatamente quando J�nio anunciou sua sa�da definitiva da pol�tica. Ao mesmo tempo, come�ava a enfrentar problemas de sa�de, como derrames, e a morte de sua esposa, Elo�.

Por ironia do destino, o homem que concentrou tanto poder foi deixado no Hospital Albert Einstein em 92 porque nenhum parente podia busc�-lo. Morreu em 16 de fevereiro, aos 75 anos, por complica��es respirat�rias e renais.

Entre as muitas curiosidades que o cercam est�o os bilhetes com os quais costumava se comunicar. Alguns ainda s�o guardados por pessoas pr�ximas como rel�quias da personalidade mutante e explosiva de J�nio.

A ren�ncia

Desde que foi eleito vereador, em 1947, o futuro presidente j� tinha por h�bito escrever a colegas e subordinados. Foi por meio de uma carta escrita por ele em 1961 e entregue ao Congresso Nacional que J�nio deixou a Presid�ncia. Para a ren�ncia, h� mais de dez vers�es diferentes. Uma das mais prov�veis � um embuste com o objetivo de obter mais poder para governar, citada recentemente por J�nio Quadros Neto como o �ltimo desabafo do av�, embora nunca confirmada pelo pr�prio. O presidente queria apoio do povo e dos militares para n�o depender do Congresso que lhe era hostil.

E � justamente um bilhete que pode refor�ar essa vers�o. No dia 23 de agosto de 1961, antev�spera da ren�ncia, uma nota para a secret�ria dava a entender que ele n�o considerava aqueles seus �ltimos dias � frente da na��o. O papel continha programa��o presidencial para o in�cio de setembro. Dos cargos por que passou, J�nio s� n�o renunciou quando foi deputado estadual e prefeito pela segunda vez.

Essas contradi��es acompanharam J�nio por toda sua vida pol�tica. Em cartas escritas �s v�speras da elei��o municipal de 1985, J�nio expunha a exalta��o caracter�stica de seus discursos em p�blico. Numa delas, ele tachou o presidente da Rep�blica Fernando Henrique Cardoso, na disputa pelo cargo, de �comunista�. A f�ria de J�nio fora causada por uma reportagem na qual FHC aparecia sentado na cadeira do gabinete do prefeito, antes das elei��es.

Uma vez eleito, J�nio, tamb�m na frente da imprensa, aplicou inseticida na cadeira, para desinfet�-la. Rea��o interessante para quem, anos antes, promoveu visitas a pa�ses comunistas e apoiou Cuba quando da invas�o norte-americana � Ba�a dos Porcos, al�m de condecorar Ernesto �Che� Guevara.

Ainda por vias epistolares, J�nio acaba �colidindo� com duas figuras da pol�tica contempor�nea, Paulo Maluf e M�rio Covas. O primeiro, de acordo com o jornalista e pesquisador N�lson Valente, autor de oito livros sobre o ex-presidente, �imitou� o estilo janista. Em um decreto no Di�rio Oficial do Munic�pio, em 1993, Maluf solicitou sindic�ncia para apurar uma suposta �epidemia� entre os funcion�rios p�blicos, tamanho o n�mero de licen�as m�dicas que estavam sendo concedidas. Sete anos antes, citando textualmente a mesma �epidemia�, J�nio tamb�m ordenara abertura de investiga��o.

Quanto ao atual governador de S�o Paulo, J�nio teria �antecipado� em alguns anos a quest�o da viol�ncia nas escolas, que s� em agosto j� vitimou mais de seis pessoas. Em 1957, um de seus memorandos j� tratava do aumento de efetivo policial em torno dos gin�sios (atuais escolas de ensino fundamental), especialmente no per�odo noturno.

J�nio e Pitta

Curiosamente, talvez o �nico registro do nome de J�nio na semana em que sua ren�ncia completou 41 anos partiu de uma iniciativa do prefeito Celso Pitta (sem partido) em retomar o modelo janista de gest�o do sistema de transporte p�blico. Nada mais contrastante do que comparar a personalidade de Pitta, sin�nimo de quietude e apatia (segundo os advers�rios) com o g�nio explosivo de J�nio.

Desde o in�cio da vida pol�tica, o ex-presidente adotou costumes incomuns. Quando concorreu a um cargo no Centro Acad�mico XI de Agosto, ainda estudante, sentava-se em um barril, com um chap�u de palha, com a faixa �Vote em J�nio�. Da� em diante, cabelos desgrenhados, ternos gastos e caspa nos ombros tornaram-se parte de suas campanhas.








-Celso Luiz Prudente

Tue Aug 6 01:32:28 2002

Cr�nica de uma ren�ncia anunciada.Livro de Nelson Valente - Fi-lo porque quis (oitavo livro sobre J�nio Quadros do mesmo autor)






NOS BRA�OS do povo: J�nio sonhava ser reconduzido
� Presid�ncia, com poderes excepcionais, pelas massas
que o elegeram
H� 40 anos, J�nio Quadros repetiu um gesto que j� havia esbo�ado pelo menos sete vezes, perdeu a Presid�ncia e lan�ou o Pa�s numa crise que culminou com o golpe de 1964
Do dia para a noite, Adhemar Ferreira da Silva havia se transformado no maior �dolo do esporte nacional. Ap�s conquistar a medalha de ouro na Olimp�ada de Helsinque, na Finl�ndia, quebrando quatro vezes o recorde mundial do salto triplo, Adhemar ganhou um emprego na Prefeitura de S�o Paulo. Foi a maneira encontrada pelas autoridades para recompensar aquele negro pobre que, � custa do pr�prio esfor�o, levara as cores do Brasil ao ponto mais alto do p�dio. O �bico� durou pouco. No ano seguinte, um novo prefeito, eleito com a promessa de moralizar o servi�o p�blico, anunciou que iria descontar os dias em que o atleta/servidor passara no Chile disputando um torneio. E justificou: �A Prefeitura � lugar de funcion�rios, n�o de vagabundos desportistas�. Em seguida, demitiu o faltoso. Perplexidade geral. De um lado, os paulistanos tomaram as dores do her�i ol�mpico. De outro, o prefeito, contrariado com a rea��o adversa a um ato que julgava correto, amea�ou abandonar ao cargo.

O ano era 1953. E o prefeito era J�nio da Silva Quadros, um pol�tico jovem e carism�tico, de carreira mete�rica, que adorava beber, fumar, ca�ar e... renunciar. Naquele epis�dio, a vac�ncia s� n�o se consumou porque seus auxiliares mais pr�ximos, j� acostumados �s bravatas do chefe, engavetaram a carta na qual se mostrava disposto a jogar tudo para o alto. �No dia seguinte, mais calmo, ele mesmo mandou rasg�-la�, conta o jornalista e professor Nelson Valente, de 52 anos, fundador da Juventude Janista, assessor de J�nio em sua segunda passagem pela Prefeitura de S�o Paulo (1986-1988) e autor de oito livros sobre a figura mais controversa da hist�ria republicana do Brasil. �O J�nio nasceu com o estigma da ren�ncia. Em toda sua trajet�ria, fez isso diversas vezes. Vivia amea�ando abandonar os cargos que ocupava, como forma de chantagear os opositores e conseguir o que queria�, lembra Valente.

O truque era t�o eficaz que J�nio o teria repetido, segundo os c�lculos do escritor, em nada menos que nove ocasi�es . Por�m, numa ensolarada manh� de sexta-feira, o tiro saiu pela culatra. A ren�ncia que J�nio tanto amea�ava aconteceu de fato em 25 de agosto de 1961, Dia do Soldado, sete meses ap�s ter tomado posse na Presid�ncia. Sem a menor cerim�nia, fez as malas, deixou Bras�lia e anunciou que retomaria suas atividades de professor. Mas n�o seria t�o simples assim. O ato inesperado do homem da vassoura deixou at�nitos seus 5,8 milh�es de eleitores, mudou os destinos do Pa�s, abrindo caminho para o golpe militar que viria em1964, e lan�ou no ar uma pergunta que, ainda hoje, passados 40 anos, muita gente continua fazendo: por que ele cometeu tamanho desatino?

As especula��es desafiam o tempo. A teoria mais aceita � a de que J�nio quis dar um golpe nas institui��es, afastando-se num primeiro momento, para, depois, retornar ao Pal�cio do Planalto carregado nos bra�os do povo (ou dos militares), com poderes ampliados. Para outros, ele apenas foi fiel aos seus princ�pios: abandonou tudo porque, diante da oposi��o ferrenha que enfrentava no Congresso Nacional, percebeu que n�o conseguiria cumprir os compromissos assumidos em campanha. H� quem acredite, ainda, que as raz�es seriam mais et�licas do que pol�ticas. Ou seja, o presidente teria bebido al�m da conta quando pediu a seu ministro da Justi�a, Oscar Pedroso Horta, que entregasse a carta-ren�ncia a deputados e senadores.

Rita de C�ssia








-Rita de C�ssia Rodri

Sat Apr 13 00:48:26 2002


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