O tema desta mesa-redonda, �opini�o p�blica�, n�o pode ser tomado em sua aparente transpar�ncia, j� que nossa primeira id�ia a esse respeito surge, muito naturalmente, da moderna pesquisa sociol�gica. A �opini�o p�blica� contempor�nea n�o pode ser desvencilhada dos meios de comunica��o de massa, tanto na difus�o da mat�ria-prima a ser avaliada por aqueles que opinam, quanto na pr�pria coleta e divulga��o das �opini�es�. O exemplo paradigm�tico talvez seja o �voc� decide�, vers�o abrasileirada do it is up to you, exerc�cio de constru��o de �opini�es� de massa. O soci�logo franc�s Pierre Bourdieu, j� em 1972, alertava que:
Por um lado, havia opini�es constitu�das, mobilizadas, grupos de press�o mobilizados em torno de um sistema de interesses explicitamente formulados; e, por outro, disposi��es que, por defini��o, n�o constituem opini�o, se por esta palavra compreedermos alguma coisa que pode ser formulada num discurso com uma certa pretens�o � coer�ncia. Esta defini��o da opini�o n�o � a minha opini�o sobre a opini�o. A opini�o, na acep��o que � implicitamente admitida pelos que fazem pesquisas de opini�o ou utilizam seus resultados, esta opini�o n�o existe (BOURDIEU, 1983, p.182).
O mesmo Bourdieu utiliza-se de uma express�o grega para referir-se � communis opinio: doxa. Assim, embora no mundo antigo n�o houvesse comunica��o de massa e, menos ainda, pesquisas de opini�o p�blica, foi naquele ambiente que surgiu o conceito de �opini�o�. C�cero (Oratio pro Cluentio 2, 33, 70) referia-se � popularis opinio, e opinio tanto era termo usado para traduzir o grego doxa, por oposi��o a episteme, como, mais prosaicamente, para designar �impress�o�, verdadeira ou falsa. �Impress�o� corresponde bem � raiz de dokeo (�parecer, pensar, imaginar�) e, ainda que n�o saibamos a origem de opinio, transmite a sensa��o de imprecis�o, de falta de certeza da �opini�o�: este o sentido, em outra frase de C�cero (Frag. Scaur. 7), apud homines barbaros opinio plus ualet saepe quam res ipsa (�entre os homens b�rbaros, a impress�o vale, muitas vezes, mais do que a pr�pria realidade�). Express�es como opinio est (�considera-se�), opiniones omnium (�todos acham�), bem como o sentido de �boato� que a palavra possui(1), conduzem-nos � exist�ncia de um espa�o p�blico que permitia a exist�ncia n�o apenas do sentido individual da opini�o (ut mea opinio est, �na minha opini�o�), como da impress�o tornada coletiva(2).
Haveria, pois, necessariamente, um espa�o p�blico antigo, uma �ffentlichkeit (�abertura�, �esfera p�blica�) subjacente � opini�o p�blica. As paredes de Pomp�ia preservaram um grande n�mero de ep�grafes cuja exist�ncia s� pode ser explicada pela vitalidade de um campo semi�tico p�blico. Dois tipos de inscri��es comp�em esse campo: programmata e edicta munerum edendorum (�cartazes eleitorais e an�ncios de apresenta��es no anfiteatro�), por um lado, e graphio inscripta, por outro. Os primeiros, feitos com tinta, em letras capitais cursivas a serem vistas a dist�ncia, eram an�ncios, enquanto os segundos eram interven��es individuais voltadas para o p�blico. O estudo destes dois tipos de express�o permite tecer algumas considera��es sobre a opini�o p�blica, em uma cidade romana como Pomp�ia. A ubiq�idade dos an�ncios chamou a aten��o de diversos estudiosos e um destes especialistas concluiu, recentemente, que:
As inscri��es eleitorais eram, provavelmente, express�es do car�ter competitivo da elite local, que emergia de p�blico nas elei��es anuais e fazia-se vis�vel por meio dos nomes dos candidatos pintados por toda a cidade (MOURITSEN, 1990, p.149)(3).
Outros, como James L. Franklin (1980, p.120), ressaltaram que os magistrados queriam fixar, na mente p�blica, a sua gloria, fama(4). C�cero, em seu excurso no Brutus (183-200), ressalta que deve haver uma harmonia entre os julgamentos de cultos e incultos: necesse est, qui ita dicat ut a multitudine probetur, eumdem doctis probari...illud quod populo non probatur, ne intellegenti quidem auditori probari potest (cf. BOLONYAI, 1993, p.108) (�� necess�rio que assim diga, de modo a ser aprovado pela multid�o e, o mesmo, seja aprovado pelos cultos...aquilo que n�o � aprovado pelo povo, n�o pode ser provado para um audit�rio inteligente�)(5). Para que se possa chegar � opini�o p�blica pompeiana, seria necess�ria uma historiciza��o dos conceitos usados nos an�ncios, pois apenas dessa forma teremos um acesso menos obscurecido pelos nossos pr�prios conceitos modernos (cf. BOURDIEU, 1996, p.79). Karl Acham (1979, p.181) lembrava que:
Qualquer discuss�o de um momento hist�rico, na teoria da ci�ncia social, est�, inevitavelmente, ligada � discuss�o da historicidade dos conceitos(6) (cf. MEIER, 1970, p.186).
N�o h� d�vida que G�za Alf�ldy (1986, p.81) tem raz�o, quando afirma que n�o cabe ao historiador simplesmente parafrasear os antigos(7), mas, para podermos entender, com nossa pr�pria terminologia, a sociedade estudada, faz-se necess�rio, antes, estudarmos sua pr�pria constru��o discursiva. C�cero, em seu de lege agraria (1,7,8), argumentava que, se busc�ssemos a opini�o p�blica, descobrir�amos que ao povo agradava, antes de tudo, a paz: etenim, ut circumspiciamus omnia quae populo grata atque iucunda sint, nihil tam populare quam pacem, quam concordiam, quam otium reperiemus (�assim, se observ�rmos o que seja agrad�vel e bom para o povo, n�o encontraremos nada t�o popular quanto paz, conc�rdia e �cio�). Seriam estas as palavras que apareceriam nos an�ncios pompeianos?
Em alguns casos, encontramos, nos cartazes eleitoriais pompeianos, termos presentes em autores eruditos, sendo, talvez, o melhor exemplo a inscri��o CIL IV, 45, amator(em) uest(rum) faciat(is) aed(ilem) M. Ma(rium?), an�loga � frase de C�cero (Ad Att. 1, 20) L. Papirius Paetus, uir bonus amatorque noster. O uso de amator (�amigo�) denota o valor atribu�do ao candidato, que se comporta, com rela��o aos eleitores, como um �amante�. O mesmo pode ser dito do uso de optimus (CIL IV, 158, optimum iuuenem, 187 optimos) e ciuis bonus (CIL IV, 499); o termo defensor coloniae (CIL IV, 768), que aparece nos documentos da tradi��o liter�ria apenas no s�culo quarto d.C., referindo-se � prote��o em rela��o aos governadores, surge muito antes, em Pomp�ia, como �patrono�. O uso de probissimus (CIL IV, 460, Paquium et Caprasium probissimos) tamb�m ecoa o uso erudito (cf. PLAUT. MOST. 1,2,53: frugi usque et probus fuit).. Diversas f�rmulas eleitorais repetidas indicam que o candidato devia ser considerado dignus rei publicae (CIL IV, 220, Rufum dig(num) reip(publicae)), constru��o que usa o genitivo, no lugar do cl�ssico uso do ablativo (cf. CIL IV, 121, 221, 230, 232, 459, 566, 702, 768). Note-se que dignus, relacionado a decet e, portanto, a decus, decor, deve ter origem comum com a palavra grega doxa, justamente, �opini�o, fama�. O uso do genitivo liga-se � l�ngua falada, j� que o �nico exemplo de uso erudito deste caso encontra-se em Virg�lio (En. 12, 405, d: indignus auorum), o que demonstra tratar-se de cartaz voltado para a massa, que se utilizava desse adjetivo para se referir ao candidato apreciado (V��N�NEN, 1937, p.200).
O uso de express�es como oro uos faciatis, abreviada como ovf, escrita como uma sigla �nica (cf. CIL IV, 351, 352) est� a indicar seja a compreens�o generalizada, tanto da express�o como da abreviatura, seja o poder da �opini�o� p�blica de �fazer� o candidato. Entre os que se apresentam como propugnadores das candidaturas, encontramos muliones (�cocheiros�) (CIL IV, 97, 113), um princeps libertinorum (�primeiro entre os aforriados�) (CIL IV, 117), pomari (�fruteiros�) (CIL IV, 202), gallinarii (CIL IV, 241) (�galinheiros�), mas, tamb�m, mais obscuros dormientes (CIL IV, 575) ou seribibi (CIL IV, 581) (�beberr�es da madruga�, hapax). Quaisquer que sejam as intrepreta��es para estas inscri��es, assim como para aquelas de mulheres que ap�iam candidatos (SAVUNEN, 1995), est�o todas a ressaltar que havia atores sociais considerados dignos de men��o nas paredes. N�o se discute que as mulheres n�o votavam, nem que a presen�a de categorias sociais subalternas pode representar uma inscri��o paga por membros da elite, mas o que nos importa � que havia uma opini�o p�blica que aceitava mulheres, libertos e pobres como supostos autores de discursos p�blicos. N�o se citariam esses humiles et obscuri homines (C�CERO, Diu.1, 40,88) se eles n�o fizessem parte de um espa�o p�blico.
Os edicta munerum edendorum (�cartazes de divulga��o de espet�culos�) demonstram a preocupa��o, por parte dos patrocinadores destes eventos, de tornar p�blica a sua oferta de lutas de gladiadores e de ca�adas. Note-se a men��o ao patroc�nio sine impensa publica (CIL IV, 7991; Fig. 1), �sem despesa p�blica� (cf. C�CERO, De Republica 2, 14: sine impensa; SUET�NIO, Vesp. 18: impensa publica), a revelar a valoriza��o, por parte dos leitores do cartaz, do recurso aos pr�prios recursos privados, ainda que a excepcionalidade da express�o deixe entrever que n�o se tratava de costume generalizado.
Outras inscri��es pintadas revelam uma aten��o not�vel para com a opini�o alheia, p�blica e an�nima. Assim, um L�cio queria que esses leitores inc�gnitos soubessem que havia pintado algo (CIL IV, 7535: Lucius pinxit; Fig. 2) e um Caio J�lio Trofimo queria desenhar-se e assinar seu nome. Tanto seu nome, de origem servil, como a corre��o na escrita, ressaltam que Trofimo encontrava-se em uma posi��o social modesta o que, no entanto, n�o o impedia de ambicionar comunicar-se com o p�blico (CIL IV, 7309, b; Fig. 3). Pode avaliar-se a quem se destinavam as mensagens parietais pelas advert�ncias aos cacatores (�aqueles que defecam�) (CIL IV, 3782, 3832, 4586, 5438, 6641, 7038, 7716), interpretados por August Mau, editor do CIL IV, no s�culo passado, ao comentar inscri��o perto da latrina, como monentur domestici ne alibi quam in latrina cacent (in CIL IV, 3832) (�os dom�sticos sejam advertidos de que s� devem defecar na latrina�). N�o sabemos se as admoesta��es referiam-se apenas aos �dom�sticos� mas, como quer que fosse, voltavam-se para gente simples.
Os grafites podem ser caracterizados como verdadeiro manancial de interven��es p�blicas. Dois deles demonstram, de forma muito clara, a preocupa��o privada com a �opini�o p�blica� e merecem ser mencionados in extenso. Um libelo de um Severo contra um Sucesso, rivais na busca do afeto de uma escrava (CIL IV, 8258; 8259; Fig. 4; FUNARI. 199, p.23; VARONE, 1994, 112), foi escrito � entrada de uma caupona (�taberna�), com os seguintes dizeres:
(Severo)
Successus textor amat coponiaes ancilla(m)
nomine Hiridem, quae quidem illum
non curat, sed ille rogat, illa com(m)iseretur.
Scribit riualis. Vale.
(Sucesso)
Inuidiose, quia rumperes, sedare (uel se(c)tare) formosiorem,
et qui est homo prauessimus et bellus.
(Severo)
Dixi, scripsi. Amas Hiridem,
quae te non curat. Six Sucesso,
ut supra .....s....
Seuerus
Severo: Sucesso, o tecedor, ama Iris, escrava taberneira, que n�o lhe d� aten��o. Mas pede que tenha d� dele, mas ela n�o liga. Escreva, rival, sauda��es.
Sucesso: invejoso, porque arrebenta com ci�mes! N�o persiga quem � mais atrativo e que � robusto e maldoso.
Severo: disse e escrevi. Voc� ama Hiris, que n�o se importa. De Sucesso para Severo, como acima, Severo.
Nesta ocasi�o, deixarei de lado as diverg�ncias de interpreta��o desse grafite(8) , pois o que importa � a publicidade da disputa, o �escreva�, o �n�o persiga�, que est�o a demonstrar que, na entrada do bar, havia um p�blico atento a tais disc�rdias. Outro exemplo relata a preocupa��o com a reputa��o p�blica (CIL IV, 10150; FUNARI, 1991, p.42; VARONE, 1994, p.81; ADAMS, 1982, p.81-135;):
J� desempenhou oito, superar� dezesseis. Trabalhou como taberneiro, ceramista, salsicheiro, padeiro, agricultor, bronzista de quinquilharias, vendedor de rua; agora � ceramista de pequenos vasos. Para completar, s� falta praticar o cunil�ngua.
Novamente, tornar p�blica uma declara��o como essa remete a um espa�o coletivo e a uma opinio que era p�blica. Essas mensagens parietais, abertas al publico di ogni ceto sociale (�ao p�blico de todos os n�veis sociais�), nas palavras de Matteo della Corte (1933, p.123), apenas seriam poss�veis em uma sociedade em que o espa�o p�blico era significativo e na qual a express�o verbal era essencial para a vida coletiva(9) (DEBORDES, 1995). N�o se pode subestimar a import�ncia desse aspecto do mundo romano, pois a centralidade da vida p�blica, atestada nas inscri��es parietais pompeianas, remete a uma sociedade cujo funcionamento implicava na exist�ncia de uma esfera de rela��es p�blicas e abertas. Quando detalhes privados s�o tornados p�blicos e quando a pr�pria vida coletiva encontra-se t�o insistentemente tratada � porque, naquela sociedade, havia uma opini�o p�blica que n�o se restringia � elite. As implica��es disso para a interpreta��o da sociedade romana s�o muitas, a serem exploradas, com maior profundidade, em outros estudos, pois ainda h� um enorme manancial de informa��es epigr�fricas a serem estudadas.
Notas
* Mesa-Redonda �Opini�o p�blica e produ��o liter�ria�, coordenada pelo Prof. Dr. Ant�nio Silveira Mendon�a, com a participa��o de A.S. Mendon�a, N.L. Guarinello e P.P.A. Funari ocorrida na IX Reuni�o da Sociedade Brasileira de Estudos Cl�ssicos em setembro de 1997, na Universidade de S�o Paulo. Texto publicado em: Hist�ria, S�o Paulo, 17/18, 198/1999, 115-126.
(1) E.g. Suet. Ner.53; Just. 8,3,8.
(2) As interven��es de A.S. Mendon�a sobre a opini�o p�blica � �poca J�lio C�sar e de N.L. Guarinello sobre o principado de Nero tratam da dimens�o pol�tica da opinio.
(3) Electoral inscriptions were probably symbolic expressions of the competitive character of the local elite, which emerged in public at the annual elections and was made visible through the candidate names painted all over the town.
(4) Isto n�o significa, contudo, endossar a interpreta��o geral de Franklin sobre a falta disputa efetiva entre os candidatos, tese desenvolvida depois por Jongman (1991; cf. Funari 1991a); sobre isto, parecem mais razo�veis as an�lises de Mouritsen (1990) e Lo Cascio (1996, p.114).
(5) Cf. Funari (1991b, p.18): lo que al pueblo no le gusta no es acceptado o imitado.
(6) Jede Er�rterung des historischen Momentes in den theoretischen Sozialwissenschaften is unausweichlich mit einer Er�rterung der Historizit�t der Begriffe verbunden.
(7) Es ist aber die Aufgabe des Historikers, die �bergreifenden Ph�nomene der Geschichte nicht nur paraphrasierend zu beschreiben, sondern sie m�glichst auch mit einem - modernen oder zeitgen�ssischen - Namen zu benennen...
(8) Sobre isso, consulte-se Varone (1994, p.112-3).
(9) Cf. Hanson (1991, p.179): the practice of writing graffiti apparently became widespread only under Macedonian and Roman rule, as Greek-speakers scribbled their names in walls.
ACHAM, K. Zur Rolle des Historischen in den theoretischen
Sozialwissenschaften. In: KOCKA, J.; NIPPERDEY, T.(Orgs.), Theorie
und Erz�hlung in der Geschichte, Munique: DTV, 1979. p. 153-221.
ADAMS, J.N. The Latin Sexual Vocabulary. Londres: Duckworth, 1982.
ALF�LDY, G. Die r�mische Gesellschaft. Stuttgart: Steiner, 1986.
BOLONYAI, G. Iudicium docti indoctique, Acta Antiqua Academiae Scientiarum Hungaricae, 1993. p. 34: 103-137.
BOURDIEU, P. Quest�es de Sociologia. Trad. Jeni Vaitsman. Rio de Janeiro:Marco Zero, 1973.
BOURDIEU, P. �ber die Beziehungen zwischen Geschichte und Soziologie in Frankreich und Deutschland, Geschichte und Gesellschaft, 1996. p. 22: 62-89.
DELLA CORTE, M. Le iscrizioni graffite della �Basilica degli Argentari� sul Foro di Giulio Cesare, BCACR, 1933. p. 61: 111-130.
DESBORDES, F. Concep��es sobre a escrita na Roma Antiga. Trad. F. M.L. Moreto & G.M. Machado. S�o Paulo:�tica, 1995.
FRANKLIN, J.L. Pompeii: the electoral programmata, campaigns and politics. Roma: American Academy, 1980. AD 71-79.
FUNARI, P.P..A. Resenha de W. Jongman, The Economy and Society of Pompeii, Amsterdam: Gieben, 1991a. Classica 4: 245-248.
______. La Cultura Popular en la Antig�edad Cl�sica. �cija:Editorial Sol, 1991b.
HANSON, A.E. Ancient illiteracy. In: HUMPHREY, J.H. (ed.), Literacy in the Roman World, Ann Arbor: JRA sup.series, 1991. p.3: 159-198.
JONGMAN, W. The Economy and Society of Pompeii. Amsterdam: Gieben, 1991.
LO CASCIO, E. Pompei, dalla citt� sannitica alla colonia sillana: le vicenze istituzionali. In: AA.VV., Les �lites municipales de l�Italie des Gracques � N�ron, N�poles, 1996. p. 111-123.
MEIER, C. Die Wissenschaft des Historikers und die Verantwortung der Zeitgenossen. In: AA.VV., Entstehung des Begriffs �Demokratie�, Frankfurt: Suhrkamp, 1970. p.182-221.
MOURITSEN, H. A note on Pompeian epigraphy and social structure, Classica et Medievalia, 1990. p. 41: 131-149.
SAVUNEN, L. Women and elections in Pompeii. In: HAWLEY, R.; LEVICK, B.(eds), Women in Antiquity, Londres:Routledge, 1995. p. 194-206.
V��N�NEN, V. Le latin vulgaire des inscriptions pomp�iennes. Helsinki, Annales Academiae Scientiarum Fennicae, 1937.
VARONE, A. Erotica Pompeiana. Roma: L�Erma di Bretschneider, 1994.