Atualizado em 25 de mar�o de 2004
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Livros

Livro: Contos-de-fadas celtas
Autor(es): Joseph Jacobs (Organizador)
Editora: Landy
Ano: 2001
Nº de páginas: 254



As narrativas selecionadas e apresentadas por Joseph Jacobs em �Contos-de-fadas celtas� s�o um convite para penetrarmos no fascinante mundo da mitologia celta. Os pequenos contos escritos ao estilo dos contos populares recolhidos pelos irm�os Grimm apresentam os elementos fant�sticos comuns a esse tipo de narrativa: seres de outro mundo vem buscar os humanos para compartilhar as del�cias da eterna juventude ou ent�o, as personagens principais s�o grandes her�is capazes de toda e qualquer fa�anha para alcan�ar os seus objetivos. Alguns desses her�is s�o os protagonistas de determinadas hist�rias que fazem parte dos grandes ciclos das narrativas celtas, como por exemplo, o Ciclo Hist�rico ou o Ciclo de Finn. A maioria das narrativas foram reescritas e adaptadas durante a Idade M�dia e sofreram uma forte influ�ncia do cristianismo o que modificou um pouco algumas de suas caracter�sticas mas conservaram a ess�ncia da mitologia celta. As narrativas aqui selecionadas faziam parte da tradi��o oral do povo celta habitante das terras da Irlanda, Esc�cia e Pa�s de Gales e ainda hoje mant�m vivos todos esses "contos-de-fada" como manifesta��o folcl�rica.


A primeira narrativa, "Connla e a donzela encantada" apresenta o her�i Connla do Cabelo de Fogo, filho do rei Conn das Cem Lutas. Connla deixa-se seduzir por uma bela mo�a vinda do outro mundo. Ela o convida a segui-la para juntos viverem em um lugar paradis�aco, onde ningu�m sofre com doen�as, a velhice ou morte. Conn, o pai tenta impedir o filho de partir nessa viagem sem volta mas, Connla parte com a jovem rumo ao p�r-do-sol e nunca mais s�o vistos. No desenrolar da trama elementos importantes da cultura celta v�o sendo apresentados: a donzela aparece em uma curragh, barca de cristal m�gica, utilizada para chegar ao Reino dos Mortos ou � Ilha de Avalon, ela oferece a Connla uma ma��, fruto sagrado e, por mais que esse fosse devorado, era sempre reconstitu�do.


Com uma narrativa �gil que prende o leitor ao texto os contos v�o sendo apresentados de maneira a n�o s� entreter, mas tamb�m, a apresentar a riqueza da cultura e mitologia celta.


Outra narrativa bastante interessante � "O'Shee Na Gannon e o Gruagach". Esse conto vai apresentar o nascimento m�gico da personagem t�tulo, O'Shee: "O'Shee na Gannon nasceu de manh�, recebeu seu nome ao meio dia, e � noitinha foi pedir a m�o da filha do rei de Erin em casamento". (p.139)

Al�m demostrar como a personagem nasce, cresce e decide se casar no mesmo dia, ela escolhe como noiva a filha do rei de Erin, nome mitol�gico da Irlanda, clara refer�ncia ao passado m�tico do pa�s e a sua import�ncia para o presente.


Mas, n�o s� refer�ncias aos lugares sagrados e a alguns her�is desconhecidos existem nas narrativas; h� um conto, "O pretendente de Olwen" onde o rei Artur e alguns dos futuros cavaleiros da T�vola Redonda s�o personagens. Esse conto apresentado aqui em vers�o resumida mas conservando o eixo narrativo � um dos contos integrantes d'O Mabinogion(1). O conto est� nos "Quatro Contos Nativos Independentes", segunda parte da obra e vai narrar a busca de Culhwch por sua pretendente, Olwen. O rei Artur, a mais conhecida personagem das narrativas que evocam tanto a mitologia celta como o imagin�rio medieval, � o piv� central da disputa pela m�o da bela Olwen, auxiliando o primo Culhwch a conseguir vencer as provas para conseguir casar-se com a donzela. Nessa narrativa h� descri��es das armas utilizadas por alguns dos componentes das tropas do rei e, essas breves descri��es apresentam a grandiosidade desses instrumentos nos remetendo ao esp�rito guerreiro dos celtas, mostrando a necessidade desse povo estar sempre atento �s guerras e invas�es de outros povos, fato constante e, portanto, era preciso estar em sempre em estado de alerta.


As descri��es, tantos das armas como dos lugares e das personagens s�o realizadas de maneira sucinta, n�o h� riqueza de detalhes, o que � uma caracter�sticas das narrativas mais curtas que privilegiam os aspectos fant�sticos e m�gicos esses sim, descritos com mais detalhes pois s�o o centro da narrativa. H� ainda alguns contos onde a personagem � visitada por seres fant�sticos, como duendes e fadas e esses os agraciam com bons ou maus presentes dependendo da atitude do ser humano para com os seres et�reos.


As vinte e seis narrativas constantes no volume s�o uma pequena amostra da riqueza e beleza da mitologia celta e apresentadas na forma de narrativas curtas mas bem constru�das, s�o fonte de conhecimento da cultura e sociedade celta e oferecem ao leitor e ao estudioso, subs�dios para uma maior compreens�o da import�ncia do povo celta para a cultura ocidental.


Os elementos da narrativa fant�stica est�o presentes em todas as narrativas apresentadas e s�o eles, os respons�veis por enfatizarem o car�ter m�tico de cada conto e, desta forma, oferecer ao leitor - seja ele conhecedor da mitologia celta ou n�o - , uma chave para abrir as portas do fascinante mundo do povo celta.



Notas

(1) A edi��o utilizada d'O Mabinogion � a seguinte: MORAIS, Jos� Domingos (tradu��o e introdu��o) O Mabinogion. Lisboa: Ass�rio e Alvim, 2000.


Luciana de Campos


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